quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

QUANDO EU CRESCER

QUANDO EU CRESCER

Cada um a seu momento, dentro de sua realidade, poderia fazer uma avaliação pessoal para saber se tudo vai bem no encaixe ideal entre a idade física e a emocional.

Nesse contexto, faço uma leitura mental, imaginando como seria a expressão dos desejos de alguns desencontrados nesse aspecto.

Talvez as sentenças se revelassem assim:

O eterno Don Juan – “Quando crescer vou conseguir ser maduro e profundo em minhas relações, sem precisar pular de coração em coração para me sentir importante ou realizado emocionalmente”.

O político corrupto – “Quando crescer vou ter a exata noção de que o dinheiro ilícito que desvio para meu bolso é exatamente o que falta para a construção da escola no bairro pobre, do hospital que atenderia a comunidade carente, da ação pública que ofereceria um programa eficiente para os jovens, ameaçados pelo tráfico de drogas”.

A dondoca renitente – “Quando crescer poderei compreender que a relação entre meu corpo e as roupas e maquiagem comuns à faixa etária de minhas filhas não é suficientemente harmônica para que eu continue a usá-las, numa tentativa estranha e um tanto ridícula de não aceitar a idade que tenho”.

O traficante – “Quando crescer, vou compreender que a droga que vendo para alimentar a busca insaciável do prazer egoísta do viciado tem a força de uma bomba, ao minar a criatividade de toda uma geração, a força produtiva dos jovens e a esperança das comunidades.

Vou enfim entender que cada pacotinho de ilusão que ofereço aos outros explodirá como vazio interior, solidão existencial e dura cobrança da própria consciência, que me exigirá repor pedra por pedra tudo que destruí nos corações alheios”.

O viciado – “Quando crescer, vou enfim aceitar que vivi até agora como uma pobre e indefesa criança emocional, joguete fácil nas mãos de víboras e vampiros da energia alheia. Vou finalmente compreender que a força de uma sociedade consumista e focada na busca inconsequente do prazer a todo custo pode ser freada por meu profundo desejo de me autodescobrir. Foi investindo nisso que ganhei forças para assumir as rédeas de minhas próprias emoções”.

O trabalhador invigilante do bem – “Quando crescer, vou ter condições de perceber que poderia ter feito muito mais pelo bem do que fiz, e que só não fui mais adiante por causa de minhas próprias fraquezas não vigiadas, dando vazão a vaidades tolas, a invejas limitantes e a atritos ruidosos, que poderia ter calado na raiz, mas que permiti florescessem e tomassem conta de meus dias de servidor”.

O homem medroso do futuro – “Quando crescer verei o impacto que a falta de coragem de assumir minhas metas de evolução provocou em minha condição pessoal. Poderei, então, vislumbrar que havia atalhos que a bondade divina abriu a minha frente, a fim de que eu tivesse alternativas flexíveis para solucionar meus entraves, e que acabei desprezando, por pura falta de coragem para tomar as rédeas de minha própria vida”.

Minha leitura mental poderia continuar por muitas e muitas linhas.

Mas deixo para que você me ajude, acrescentando suas impressões a respeito do que pode acontecer, quando algumas pessoas decidirem finalmente amadurecer.



Reformador Maio 2010


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