quinta-feira, 15 de agosto de 2013

AULA: 51 - Interpretação do Sermão do Monte I



EAE – AULA: 51
INTERPRETAÇÃO DO SERMÃO DO MONTE I

MATEUS: V. 17. Não penseis que eu tenha vindo destruir a lei ou os profetas: não os vim destruir, mas cumprir. - 18. Porque em verdade vos digo que, enquanto o céu e a terra não passarem, nem um só iota, nem um só ápice da lei passarão, sem que esteja cumprido. - 19. Assim, aquele que violar qualquer destes menores mandamentos e ensinar os homens a violá-los será chamado o menor no reino dos céus; ao passo que aquele que os guardar e ensinar será chamado grande no reino dos céus.


Aquele que violar um qualquer, mesmo dos menores, mandamentos da lei, que toda se resume no amor a Deus acima de tudo e ao próximo como a si mesmo; que implica a observância do Decálogo, a prática do amor para com todos, em toda parte e sempre, esse será o ultimo no reino dos céus. Quer dizer que esse, depois de sofrer a expiação na erratici-dade, reencarnará conforme ao grau de culpabilidade, na Terra ou em outros planetas inferiores, a fim de reparar as faltas e progredir.
Aquele, porém, que fizer e ensinar o que a lei manda será chamado "grande no reino dos céus", isto é, se elevará, na medida do seu adiantamento moral, do progresso que houver realizado, aos planetas superiores, engrandecendo-se sempre pela humildade, pela ciência, pela caridade e pelo amor.
Aquele que recebeu o encargo de ensinar e não pratica o que ensina é culpado, não só do mal que fez, como também do mal que causou pela contradição entre seus atos e suas palavras.
Espíritas, não façais como os chefes das antigas sinagogas, como os escribas e fariseus de outrora, como os de hoje. Sereis muito culpados, pois que recebestes a luz para clarear os vossos e os passos dos vossos irmãos.
Deveis antes de tudo pregar pelo exemplo. Esta a única pregação que produz bons frutos. Lembrai-vos das palavras do Cristo: "Eles vos colocam sobre os ombros pesado fardo, no qual não consentiriam em tocar sequer com a ponta do dedo". Se quiserdes marchar segundo as leis do Senhor e chegar a ele, acompanhados gloriosamente por todos quantos houverdes resgatado, começai por tomar sobre os ombros o fardo que impondes aos outros; mostrai-lhes o meio de o tornarem leve e podereis então obrigá-los a que o carreguem. Tudo se reduz a isto: pregar sempre pelo exemplo, como Jesus pregava. Pregai, pois, assim; que as vossas palavras nunca deixem de ser a conseqüência das vossas ações.


EAE - Aula: 50 - Interpretação do Sermão do Monte I


Mateus - Capítulo V

Esse Capitulo é chamado: “O Sermão da Monte (Montanha)”

 

 

 

1 - E Jesus, vendo a multidão, subiu a um monte, e, assentando-se, aproximaram-se dele os seus discípulos;

2 - E, abrindo a sua boca, os ensinava, dizendo:

3 - Bem-aventurados os pobres de espírito, porque deles é o reino dos céus;

4 - Bem-aventurados os que choram, porque eles serão consolados;

5 - Bem-aventurados os mansos, porque eles herdarão a terra;

6 - Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque eles serão fartos;

7 - Bem-aventurados os misericordiosos, porque eles alcançarão misericórdia;

8 - Bem-aventurados os limpos de coração, porque eles verão a Deus;

9 - Bem-aventurados os pacificadores, porque eles serão chamados filhos de Deus;

10 = Bem-aventurados os que sofrem perseguição por causa da justiça, porque deles é o reino dos céus;

11 - Bem-aventurados sois vós, quando vos injuriarem e perseguirem e, mentindo, disserem todo o mal contra vós por minha causa.

12 - Exultai e alegrai-vos, porque é grande o vosso galardão nos céus; porque assim perseguiram os profetas que foram antes de vós.

13 - Vós sois o sal da terra; e se o sal for insípido, com que se há de salgar? Para nada mais presta senão para se lançar fora, e ser pisado pelos homens.

14 - Vós sois a luz do mundo; não se pode esconder uma cidade edificada sobre um monte;

15 - Nem se acende a candeia e se coloca debaixo do alqueire, mas no velador, e dá luz a todos que estão na casa.

16 - Assim resplandeça a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem a vosso Pai, que está nos céus.

17 - Não cuideis que vim destruir a lei ou os profetas: não vim ab-rogar, mas cumprir.

18 - Porque em verdade vos digo que, até que o céu e a terra passem, nem um jota ou um til se omitirá da lei, sem que tudo seja cumprido.

19 - Qualquer, pois, que violar um destes mandamentos, por menor que seja, e assim ensinar aos homens, será chamado o menor no reino dos céus; aquele, porém, que os cumprir e ensinar será chamado grande no reino dos céus.

20 - Porque vos digo que, se a vossa justiça não exceder a dos escribas e fariseus, de modo nenhum entrareis no reino dos céus.

21 - Ouvistes que foi dito aos antigos: Não matarás; mas qualquer que matar será réu de juízo.

22- Eu, porém, vos digo que qualquer que, sem motivo, se encolerizar contra seu irmão, será réu de juízo; e qualquer que disser a seu irmão: Raca, será réu do sinédrio; e qualquer que lhe disser: Louco será réu do fogo do inferno.

23 - Portanto, se trouxeres a tua oferta ao altar, e aí te lembrares de que teu irmão tem alguma coisa contra ti,

24 - Deixa ali diante do altar a tua oferta, e vai reconciliar-te primeiro com teu irmão e, depois, vem e apresenta a tua oferta.

25 - Concilia-te depressa com o teu adversário, enquanto estás no caminho com ele, para que não aconteça que o adversário te entregue ao juiz, e o juiz te entregue ao oficial, e te encerrem na prisão.

26 - Em verdade te digo que de maneira nenhuma sairás dali enquanto não pagares o último ceitil.

27 - Ouvistes que foi dito aos antigos: Não cometerás adultério.

28 - Eu, porém, vos digo, que qualquer que atentar numa mulher para a cobiçar, já em seu coração cometeu adultério com ela.

29 - Portanto, se o teu olho direito te escandalizar, arranca-o e atira-o para longe de ti; pois te é melhor que se perca um dos teus membros do que seja todo o teu corpo lançado no inferno.

30 - E, se a tua mão direita te escandalizar, corta-a e atira-a para longe de ti, porque te é melhor que um dos teus membros se perca do que seja todo o teu corpo lançado no inferno.

31 - Também foi dito: Qualquer que deixar sua mulher, dê-lhe carta de desquite.

32 - Eu, porém, vos digo que qualquer que repudiar sua mulher, a não ser por causa de prostituição, faz que ela cometa adultério, e qualquer que casar com a repudiada comete adultério.

33 - Outrossim, ouvistes que foi dito aos antigos: Não perjurarás, mas cumprirás os teus juramentos ao Senhor.

34 - Eu, porém, vos digo que de maneira nenhuma jureis; nem pelo céu, porque é o trono de Deus;

35 - Nem pela terra, porque é o escabelo de seus pés; nem por Jerusalém, porque é a cidade do grande Rei;

36 - Nem jurarás pela tua cabeça, porque não podes tornar um cabelo branco ou preto.

37 - Seja, porém, o vosso falar: Sim, sim; Não, não; porque o que passa disto é de procedência maligna.

38 - Ouvistes que foi dito: Olho por olho, e dente por dente.

39 - Eu, porém, vos digo que não resistais ao mal; mas, se qualquer te bater na face direita, oferece-lhe também a outra;

40 - E, ao que quiser pleitear contigo, e tirar-te a túnica, larga-lhe também a capa;

41 - E, se qualquer te obrigar a caminhar uma milha, vai com ele duas.

42 - Dá a quem te pedir, e não te desvies daquele que quiser que lhe emprestes.

43 - Ouvistes que foi dito: Amarás o teu próximo, e odiarás o teu inimigo.

44 - Eu, porém, vos digo: Amai a vossos inimigos, bendizei os que vos maldizem, fazei bem aos que vos odeiam, e orai pelos que vos maltratam e vos perseguem; para que sejais filhos do vosso Pai que está nos céus;

45 - Porque faz que o seu sol se levante sobre maus e bons, e a chuva desça sobre justos e injustos.

46 - Pois, se amardes os que vos amam, que galardão tereis? Não fazem os publicanos também o mesmo?

47 - E, se saudardes unicamente os vossos irmãos, que fazeis de mais? Não fazem os publicanos também assim?

48 - Sede vós pois perfeitos, como é perfeito o vosso Pai que está nos céus.





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terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

Aula: 36 - O Sermão do Monte


EAE – AULA: 36
O SERMÃO DO MONTE

Sintese do Sermão do Monte e do Sermão profético (Evagelho de Mateus)

5:3 – Homens simples que não tem malicia
5:5 – Volta-se a viver na terra pela reencarnação.
5:13 – O sal da terra: os mundos criados por Deus são feitos para serem habitados; daí sua pluralidade. Os homens ruins são afastados em dadas épocas.
5:14 – As centelhas divinas são luminosas e devem ser postas a brilhar no mundo como glórias da criação de Deus.
5:17 – Os missionarios divinos se sucedem, confirmando e completando uns o trabalho dos antecessores.
5:18 – As leis de Deus são eternas e serão todas cumpridas.
5:21 – É proibido matar seja o que for.
5:22 – Amigo ou inimigo não importa, o amor deve ser dado a todos.
5:39 – Humildade pacifica.
5:40 – Tolerancia
6:6 – Orar diretamente a deus em oculto.
6:20 – Prevalencia da vida espiritual.
6:24 – decidir por livre arbitrio e seguir a Deus e não ao mundo.
6:25 – Deus da o que precisamos, sendo justo, como da aos vegetais e animais.
7:12 – O que queremos para nós, devemos dar aos outros.
7:22 – há julgamentos finais periodicos.
7:23 – Unidade de Doutrina – único Mestre, o Cristo; unidade de criaturas: todos os homens irmãos.
24:7 – Sintomas e sinais do fim.
24:14 – A disseminação do Evangelho é o fim.
24:21/22 – Grandes sofrimentos e abreviações para salvar os bons.
24:29 – Fenomenos no ceu e na terra e no mar, ninguem sabe o dia; muitos serão levados e muitos deixados.
24:44 – Jesus será o julgador, todos devem se preparar.
25:29-30 – Utilizar e multiplicar os bens de deus com inteligencia, razão e agir por livre arbitrio.
25:34 – Separação dos bons e dos maus.
25:64 – Jesus é o Cristo
(Na Semeadura I – 237)

Jesus e a lei de Moisés: Se por intermédio de Moisés o mundo recebeu a lei moral (os Dez Mandamentos) transmitidos pelo Alto, por Jesus recebeu uma verdade maior, como já podia, então, receber.
A lei chamada de Mosés divide-se em duas partes: uma com os tres primeiros mandamentos, referindo-se as ligações dos homens com o Criador; e outra com os sete mandamentos restantes, referindo-se as relações dos homens entre si.
Jesus referendou essa lei e ampliou-a com a unidade em Deus e a fraternidade entre os homens; ensinou tambem as regras essenciais de espiritualização, no Sermão do Monte, resumidas no mandamento maior, do amor a Deus e aos semelhantes. Fora destes preceitos não pode haver redenção, seja qual for a lei considerada. (Na Semeadura I- 181)

L.E. 816 - As provas de riqueza e de miséria - O rico e a caridade


As provas de riqueza e de miséria

816. Estando o rico sujeito a maiores tentações, também não dispõe, por outro lado, de mais meios de fazer o bem?

Mas, é justamente o que nem sempre faz. Torna-se egoísta, orgulhoso e insaciável. Com a riqueza, suas necessidades aumentam e ele nunca julga possuir o bastante para si unicamente.”
A. K.: A alta posição do homem neste mundo e o ter autoridade sobre os seus semelhantes são provas tão grandes e tão escorregadias como a desgraça, porque, quanto mais rico e poderoso é ele, tanto mais obrigações tem que cumprir e tanto mais abundantes são os meios de que dispõe para fazer o bem e o mal. Deus experimenta o pobre pela resignação e o rico pelo emprego que dá aos seus bens e ao seu poder. A riqueza e o poder fazem nascer todas as paixões que nos prendem à matéria e nos afastam da perfeição espiritual. Por isso foi que Jesus disse: “Em verdade vos digo que mais fácil é passar um camelo por um fundo de agulha do que entrar um rico no reino dos céus.” (266)



O RICO E A CARIDADE
O rico certamente tem melhores chances de prestar serviços ao próximo, de fazer a mais bela caridade que se possa praticar, que é aquela de oportunizar ao pobre a ganhar o seu sustento, para viver feliz com a sua família. No entanto, é o que não faz a maior parte dos ricos; uns são obrigados a fazê-lo porque dependem do trabalho daqueles, e não multiplicam seus bens sem os braços dos chamados miseráveis.
Com a riqueza, as suas necessidades materiais crescem e eles gastam o que não deveriam em viagens pouco úteis a lugares que os atraem, inspirados na vaidade e mesmo no orgulho. Assim, vão embrutecendo cada vez mais seu sentimento de caridade, que deveria ser exercitado com aqueles que os ajudam a ganhar a fortuna. Enquanto gastam milhões em jornadas para conhecer outros povos, seus assalariados passam fome, frio e, por vezes, não têm teto, nem os

seus filhos têm escolas. É certo que muitos vieram com a provação da pobreza, mas o que é desperdiçado poderia amenizar seus sofrimentos.
Quando o rico se lembra da caridade, ele exige, muitas vezes, tanta coisa das pessoas e das casas de caridade, que esfriam esse sentimento no coração. Não sabe o rico que a riqueza e a alta posição que ela traz é porta para o despenhadeiro das imundícies morais, o incentivo para a negação de tributos e o endurecimento do coração para com a sociedade submissa, que o ajuda a viver na fartura.
O mau rico nunca quer saber das coisas espirituais. Acha que o dinheiro faz tudo e oferta, por vezes, alguma coisa para as instituições religiosas, como porta para a salvação, sem saber que não é por esse meio que se salva e, sim, pela caridade que não desfigura o amor. Somente pode se salvar, se aplicar a auto-disciplina, reformando os velhos sentimentos das paixões inferiores, quando apagar o orgulho e o egoísmo, quando a renúncia atingir seu coração, de modo a levá-lo a administrar seus bens sem ser apegado a eles.
Jesus, o dono de tudo, o dirigente do planeta, disse: "O filho do homem não tem uma pedra para reclinar a cabeça". O rico do mundo tem em suas mãos inúmeros meios de fazer o bem, mas faz, quase sempre, o mal com o ouro que possui.
A riqueza e o poder podem dar origem a todo o tipo de paixões inferiores, desvirtuando os mais elevados sentimentos. Ricos, deveríeis falar qual Francisco de Assis, ante a lembrança do Cristo:
- "Senhor, que quereis que eu faça?" Em seguida, abrir os ouvidos para escutar a resposta do Mestre e passar a viver o que Ele diz no Evangelho da vida; fazer a caridade e praticar o amor, aquele que emana de Deus, nosso Pai.
Se é difícil um rico entrar no reino do céu, o pobre não tem facilidade também, porque a todos os dois falta maturidade espiritual. Somente conhecendo a verdade pode-se ser livre, de modo que a consciência fique imperturbável para sempre. E para conhecermos o Espírito livre, Lucas registrou a fala do Mestre, no capítulo doze, versículo vinte e nove:

Não andeis, pois, a indagar o que haveis de comer ou beber, e não vos entregueis a inquietações.

Miramez

L.E. 815 - As provas de riqueza e de miséria - A mais Terrivel


As provas de riqueza e de miséria

815. Qual das duas provas é mais terrível para o homem, a da desgraça ou a da riqueza?

São-no tanto uma quanto outra. A miséria provoca as queixas contra a Providência, a riqueza incita a todos os excessos.”


A MAIS TERRÍVEL
Não existem provas piores nem melhores; elas são paralelas às necessidades do aprendiz. Deus não põe fardo pesado em ombros frágeis, isto nos diz o Evangelho de Nosso Senhor. A cruz que se carrega na vida, foi estruturada, medida e pesada, para que se possa caminhar com coragem. As reclamações são mostras de Espírito fraco, que ainda não recolheu a experiência necessária nas lutas terrenas.
As mensagens do além que descem sem cessar para os homens, mostram os deveres de cada criatura ante os compromissos assumidos. Na consciência se encontra o registro do que se compromete com Deus, e Ele, o Soberano Senhor, conhece e tem paciência com Seus filhos. Mas, Ele não retira dos seus caminhos os professores que os possam educar e instruir. Tanto a riqueza quanto a pobreza têm o mesmo peso, em se somando suas dificuldades e sua força de corrigir as criaturas.
Uns lamentam, outros desprezam as oportunidades valiosas, que deverão reconhecer depois do túmulo. No entanto, não se pode dizer que o pobre é o bem-aventurado: isso depende do seu comportamento na vida com a prova da miséria. Não se pode dizer que o rico é o que goza do bem-estar, que Deus o premiou com os bens terrenos. Todos estão na mesma faixa de provas e podem ou não sair-se bem delas, dependendo do grau já alcançado na escala da evolução espiritual. Não devemos julgar, mas podemos analisar em silêncio e tirar dessas deduções experiências para o nosso caminho.
Sofreremos muito mais, se já conhecemos as leis de Deus e não vivemos de acordo com elas. Se o Evangelho de Jesus já está em nossas mãos e em nossa consciência, não percamos a oportunidade de

vivê-lo, pelo menos de começar essa vivência. Com o tempo, passaremos a gozar das delícias de urna consciência em paz.
Novamente, vamos lembrar Lucas, no capítulo doze, versículo quarenta e sete:
Aquele servo, porém, que conheceu a vontade do seu Senhor e não se aprontou, nem fez conforme a Sua vontade, será punido com muitos açoites.
Conhecer é muito bom, mas traz para todos nós responsabilidades maiores, porque, conhecendo e nos fazendo de esquecidos, seremos açoitados pelas provas, qual o boi que sai do seu carreiro: o vaqueiro sabe corrigi-lo, e a lei de condicionamento faz lembrar ao mesmo animal, quando pensar em afastar do rebanho, o ferrão do condutor. Assim acontece com os seres humanos.

As provas são variáveis, e nos parece que não existe maior nem menor; todas são iguais, de acordo com as necessidades do aprendiz em questão. Se a miséria provoca as queixas, as riquezas impulsionam para os excessos de todas as ordens. O pobre geralmente deseja ser rico, e o rico, quando no mundo espiritual, deseja ser pobre na sua volta para o mundo físico. Qual dos dois está certo? São lições diferentes, diplomas necessários aos homens, que somente o recebem pelo processo das vidas sucessivas. Tal é a lei.

Miramez

L.E. 814 - As provas de riqueza e de miséria - Riqueza e Miseria


As provas de riqueza e de miséria

814. Por que Deus a uns concedeu as riquezas e o poder, e a outros, a miséria?

Para experimentá-los de modos diferentes. Além disso, como sabeis, essas provas foram escolhidas pelos próprios Espíritos, que nelas, entretanto, sucumbem com freqüência.”


RIQUEZA E MISÉRIA
Deus testa Seus filhos de várias maneiras: a uns dá a riqueza e, conseqüentemente, poderes; a outros, miséria, e junto a ela a escravidão de todas as ordens. Quem não compreende as leis, como a da reencarnação, acha que Deus é injusto, ou então, para não ofendê-Lo, fala sem conhecimento de causa que o Senhor sabe o que faz. Todas as duas versões do fato são incorretas e sem sabedoria.
Estudando a reencarnação e o progresso dos Espíritos, notar-se-á que o rico de hoje pode ser o pobre de amanhã e vice-versa. Riqueza e miséria são extremos da vida, extremos esses mutáveis. Um pode ocupar o lugar do outro, em se buscando experiências, enriquecendo os celeiros do conhecimento para futura paz de consciência. Em muitos casos, essas provas de riqueza e miséria foram escolhidas pelos próprios Espíritos, por sentirem necessidade do aprendizado.
Ninguém deve ser culpado por nada que acontece; tudo foi feito para a elevação das almas, para o despertamento dos dons enraizados nos corações. A evolução das almas é diferente, mas elas são iguais em sua origem. Vejamos os corpos: comparemos o do rico com o do pobre, do ignorante com o do estadista. Eles têm a mesma forma, a mesma composição, os mesmos órgãos; respiram o mesmo ar, bebem da mesma água e vivem todos se aquecendo com o mesmo sol e andando sobre a mesma Terra. Ainda mais, todos têm como pai o mesmo Deus. As diferenças são ilusórias e breves, que o tempo desmancha quando achar conveniente. Aos ricos, nós podemos dizer que usem bem as suas riquezas e não deixem que o orgulho nem o egoísmo comandem

suas faculdades de pensar e sentir. Eles devem pensar na miséria dos outros, pedindo sempre a Deus que os inspire para não acumularem riquezas que não sirvam para o bem-estar coletivo. Ao pobre, dizemos que viva mais resignado com o que tem e que confie mais em Deus, que nunca abandona Seus filhos. Ele deve lembrar sempre das bem-aventuranças. Jesus está sempre no meio dos que sofrem e não abandona os escorraçados pela justiça dos homens.Os ricos que sucumbem com freqüência não perdem as experiências; algo fica guardado nos escaninhos da alma, para se completar no amanhã. Assim também acontece com os pobres. As reencarnações têm essa função de escola para todas as criaturas na face da Terra. Tudo na vida muda de vez em quando de roupagem, pela forma do progresso, pela força do amor de Deus, cujas leis são justas.
Anotemos o que registrou Lucas, no capítulo quatorze, versículo nove:
Vindo aquele que te convidou e também a ele te diga: Dá o lugar a este. Então, irás envergonhado, ocupar o último lugar.
Quem não faz o seu dever direito, volta a fazê-lo, com um aprendizado diferente. A quem reencarna como rico, em berço de ouro, e não sabe desempenhar bem o seu papel, a reencarnação pode levar para o último lugar na escala das provas, até aprender a humildade e o amor, mesmo como rico. A Doutrina dos Espíritos, pelos processos mediúnicos, deixa bem visível, tanto para o rico como para o pobre, as suas tarefas, diferentes, porém, com os mesmos objetivos.

A função da reencarnação é despertar os valores espirituais e morais das criaturas, levando-os aqui e ali, por ação das leis naturais criadas por Deus. Pensemos nisto, estudemos e trabalhemos honestamente, que as inspirações dos Céus jamais nos faltarão.

MIIRAMEZ







L.E. 867 - Nascer Feliz


867. Donde vem a expressão: Nascer sob uma boa estrela?

Antiga superstição, que prendia às estrelas os destinos dos homens. Alegoria que algumas pessoas fazem a tolice de tomar ao pé da letra.”

NASCER FELIZ
Deus tem tudo para dar aos Seus filhos, não obstante, essa doação é pela lei de justiça, que tem mãos sábias e sabe onde deve doar.
Quando alguém julga que outra pessoa se encontra em bem-estar permanente, pensa que ela nasceu bafejada pelas estrelas, e que a sorte a escolheu, lhe dando o prêmio da felicidade, dos bens materiais e dos dons da alma; tudo nela é luz. De fato, existem tais pessoas, mais ou menos felizes, entretanto, o que usufruem não foi doação sem merecimento. A reencarnação vem explicar esses acontecimentos, porque a justiça não erra as pessoas que merecem; o que recebe, fez jus à dádiva provinda da Luz.
Verdadeiramente, a crença na boa estrela é uma superstição mas, dentro dela, está a verdade brilhando, pois as estrelas - Espíritos iluminados - iluminam os missionários da verdade e os ajudam, para ajudar o rebanho na Terra; nunca faltaram no mundo os pastores que sempre dirigem o rebanho humano para o bem e a verdade. Nunca faltaram livros educativos para a humanidade, nunca faltam para os povos exemplos dignificantes, que levam o amor e a caridade, de Espíritos que passam pela vida enfrentando sofrimentos e escárnio, recebendo pedradas e infortúnios mas, que mesmo assim, não esmorecem nos caminhos que percorrem.
As mesmas superstições cederam lugar à verdade, porque somente o tempo vem preparando os povos para receber as luzes mais acentuadas. A verdade, como bem o sabes, é graduada de acordo com a evolução das almas. Se o Sol que nos aquece a todos não tivesse impedimento para os seus raios, poderia acabar com a vida física da humanidade mas, como eles são regulados pela natureza, a vida se encontra com abundância, e os seus raios, em vez de matarem, dão vida. Diante de todos esses acontecimentos para que a vida na Terra se expresse na grandeza que ela é, temos de agradecer a Jesus, por ser Ele o maior de todos os Espíritos, em se referindo ao mundo que habitamos, encarnados e desencarnados. Ele, como sábio que dirige e orienta todos os sábios, foi quem planejou todos esses recursos, para que o Seu rebanho pudesse viver feliz, dentro da felicidade natural de Deus. Escutemos o que João ouviu do Mestre, anotado no capítulo dez, versículo quatorze: Eu sou o bom pastor; Conheço as minhas ovelhas, e elas me conhecem a mim.
Nós todos conhecemos Jesus, porque despertamos para a razão em Seus braços amorosos, e jamais nos esqueceremos deste fato que eternizou nossa consciência no Seu amor. Nascer sob as 'bênçãos das estrelas, todos nascemos, porque as próprias estrelas que brilham no infinito não estão ali por acaso. Respiramos constantemente seu magnetismo salutar e benfeitor.
Quando falamos das superstições, é bom que acreditemos quê existe a realidade; quando se fala nos falsos profetas, é porque existem os verdadeiros; quando falamos do escuro, é certamente mostrando que existe a luz. Podes notar que tudo existe em dualidade, e um não vive sem o outro, principalmente no nível em que a humanidade se encontra na escala da vida. A doação sem exigência é fonte de luz interna.
João novamente nos esclarece, escutando o Mestre:
Por isso o Pai me ama, porque eu dou a minha vida para a reassumir. (João, 10:17)
Quem trabalha com amor em favor da humanidade,- sempre reassume novas posições na grandeza espiritual e a vida cresce cada vez mais para seu coração, palpitando nele o coração de Deus. Quem entende ao pé da letra, é por ser carente de melhor entendimento. Esperemos, que ele chegará lá, e com o tempo vai entender em Espírito e verdade. Somos todos iguais, feitos para o mesmo destino, e acertados em direção ao amor, amando dentro da felicidade que Deus criou para todos nós. Jesus é o nosso Mestre e será sempre o nosso Pastor.

Miramez

L.E. 866 - Fatalidade - Provas Escolhidas


Fatalidade

866. Então, a faculdade que favorece presidir aos destinos materiais de nossa vida também é resultante do nosso livre-arbítrio?

Tu mesmo escolheste a tua prova. Quanto mais rude ela for e melhor a suportares, tanto mais te elevarás. Os que passam a vida na abundância e na ventura humana são Espíritos pusilânimes, que permanecem estacionários. Assim, o número dos desafortunados é muito superior ao dos felizes deste mundo, atento que os Espíritos, na sua maioria, procuram as provas que lhes sejam mais proveitosas. Eles vêem perfeitamente bem a futilidade das vossas grandezas e gozos. Acresce que a mais ditosa existência é sempre agitada, sempre perturbada, quando mais não seja, pela ausência da dor.”

PROVAS ESCOLHIDAS
Nós escolhemos as nossas provas, no entanto, até nas nossas escolhas aparece a intuição divina nos ajudando, quando temos capacidade para tal empreendimento. Se o Espírito usa seu pensamento para comunicar, certamente que ele também recebe comunicação dos maiores da espiritualidade através desse sistema de conversa.
Deus á a Suprema Inteligência que comanda a tudo. A Sua magnânima vontade está em tudo, de maneira ainda desconhecida pelos seres humanos, não obstante, a suavidade das Suas leis, deixa que entendamos, sintamos e usemos o livre arbítrio, para que possamos encontrar na nossa escolha a esperança e a paz, na nossa parte de ação, na conquista dos nossos valores.
Jesus dizia: "Eu só faço a vontade do Pai que está nos Céus". Se Jesus dizia isso, nós outros, o que vamos dizer? Quem copia a Jesus nunca erra o roteiro. Podemos notar que os grandes personagens da Terra escolhem sempre provas rudes, por saberem que, quanto mais sofrimento em seus caminhos, mais luz nos seus ideais. Mesmo que eles possam retirar os espinhos das suas estradas, não aceitam, por serem eles energia divina que despertam mais seus valores internos. O próprio Mestre deu provas disso. Quando o apóstolo Pedro desejou que Jesus recusasse a cruz, disse-lhe o Mestre: "Retira-te de mim, Satanás", e o apóstolo compreendeu logo que a cruz seria uma ação maior para a humanidade.
Cada criatura deve pegar a sua cruz e seguir o Mestre, com a mesma serenidade que o Divino Amigo se portou diante de tantos sofrimentos. A justiça, como lei de Deus, não permite que as provações que não sejam as nossas venham aos nossos caminhos, nem que os espinhos de outrem sangrem os nossos pés. O que é nosso não erra o nosso endereço. Os que passam pela vida com fartura e nos desregramentos materiais, em viagens sem conta, sem um objetivo espiritual, somente para se regalar e aumentar seu orgulho, egoísmo e vaidade, está aumentando o peso de seu fardo e atrasando cada vez mais a sua libertação, por cerrar seus próprios olhos à verdade. Sofrer é bom para a sua evolução, porém, sem revolta, com paciência e amor em todos os passos de sua vida, retirando de cada espinho uma lição de amor e de fraternidade.
Os encarnados que se comprazem na sombra do comodismo improdutivo, são almas pusilânimes, incapazes de sentir a luz espiritual que existe na intimidade da consciência. Os sábios do mundo tentam todos os meios para retirarem da humanidade a dor e todos os tipos de sofrimentos que oprimem a humanidade mas, até hoje, não descobriram o elixir que tanto procuram, que coloca em plenitude de saúde e de paz as criaturas, por desconhecerem esses sábios que, em primeiro lugar, deveriam ensinar os homens a se comportarem moralmente, educar a mente e fazer compreender a sabedoria de Deus, a chamá-los por todos os meios.
Sabemos que Jesus é a porta da vida para nós outros encarnados e desencarnados mas, para encontrá-la, somente a dor nos indica, somente os infortúnios nos capacitam para tal empreendimento divino, somente o esforço próprio nos desperta para compreender a excelência do comportamento dos grandes personagens da história. Vamos escutar João, no capítulo dez, versículo nove, quando assim registrou o que ouviu de Jesus:
Eu sou a porta. Se alguém entrar por mim, será salvo; entrará e sairá e achará pastagem.
E para atravessar essa porta e sair leve e feliz, achando alimento de todos os tipos para o enriquecimento da alma, é necessário percorrer os caminhos por Ele traçados. A dor implode no coração quando aceita todas as forças da Divindade, desmanchando a desarmonia e iluminando a consciência, de modo que o coração se expresse como um holofote de Deus sustentando a felicidade.
Se estás em provas, convence-te de que elas são breves. Vale a pena ter paciência, extraindo delas o que Deus quer te dizer, porque somente é eterna a tua paz de consciência, quando limpa das ilusões.


 
Miramez

L.E. 865 - Fatalidade - Favorecimento


Fatalidade

865. Como se explica que a boa sorte favoreça a algumas pessoas em circunstâncias com as quais nada têm que ver a vontade, nem a inteligência: no jogo, por exemplo?

Alguns Espíritos hão escolhido previamente certas espécies de prazer. A fortuna que os favorece é uma tentação. Aquele que, como homem, ganha; perde como Espírito. É uma prova para o seu orgulho e para a sua cupidez.”


FAVORECIMENTO
A lei que regula a reencarnação dá feições diferentes às vidas sucessivas, compondo regras e facilitando acontecimentos, de maneira a possibilitar o aprendizado das almas em marcha para a evolução espiritual. De certa forma, ninguém perde nada nas linhas da sua educação espiritual. Deus usa de todos os acontecimentos para disciplinar e fazer o aprendizado crescer, pelos métodos que Ele achar mais conveniente.
O Espírito, ao tomar um corpo de carne, certamente que precisa de um esquema, assim como é preciso uma planta do arquiteto para fazer-se um edifício e os cuidados de pessoas que entendem de construção. A mesma coisa se dá no plano espiritual; ao descer para a carne, o Espírito se submete a variados testes ou provações no mundo mas, dependendo de sua maturidade, do seu interesse pelo bem comum, essas escamas de provações vão caindo como por encanto, pela força do amor e tornando-o livre dos seus padecimentos.
O Espírito pode pedir essa ou aquela modalidade de vida, mas nem sempre lhe é concedido. Deus não põe fardos pesados em ombros frágeis. Para tanto, há instrutores espirituais, vigiando todos os processos de reencarnação. Se assim não fora, seria uma terrível desarmonia espiritual, porque quase todos os Espíritos que reencarnam não sabem o que querem.
Podes fazer uma experiência, perguntando aos homens o que eles desejam para suas vidas, que poderás sentir a realidade. A algumas almas, ou a muitas delas, as reencarnações devem ser impostas para o seu próprio bem. O que podemos explicar sobre os destinos dos homens aos Espíritos ser-lhes-á mais fácil entender; são provas, tanto a pobreza como a riqueza, são testes para as almas, visando à educação dos seus impulsos inferiores. A vida é cheia dessas situações. Nós todos nos encontramos em função da aprendizagem, enfrentando todos os tipos de provas, de acordo com as nossas necessidades. O que chamas de boa sorte de alguns homens, por vezes é má sorte para a alma, porém, em tudo Deus visa ao bem, na educação e sabedoria para Seus filhos. Vejamos o que diz o apóstolo Lucas, no capítulo dezenove, versículo quarenta e dois:
E dizia:
Ah! Se conhecesses por ti mesma, ainda hoje, o que pode te levar à luz!
Mas isto está, agora, oculto aos teus olhos.
Os que se encontram preparados conhecerão o oculto e libertar-se-ão das garras da ignorância, pelos seus próprios esforços na paz de Deus. Nunca deves deixar de procurar, porque às vezes tudo está pronto, bastando somente os teus esforços, a tua parte para a tua paz interior. O espírita deve procurar sempre as pegadas de Jesus, porque Ele é o caminho, a verdade e a vida. Ninguém de Seu rebanho vai à luz senão por Ele.
O Espiritismo codificado por Allan Kardec teve a honra de vir tornar conhecido Jesus para a humanidade, apresentando um Jesus todo amor, a trazer a esperança em todas as suas feições de luz. Aqueles preparados e escolhidos pelo tempo são chamados para maiores entendimentos. O Cristo antes vivia fora de nós; com o advento do Mestre,, em se refletindo pelos espelhos da Doutrina Espírita, Ele penetra e esplende em nossos corações, morando nas nossas consciências, a nos dizer: "Estou aqui, para a tua felicidade".
Os prazeres que são dados às almas para o gozo da vida física são testes, explicáveis pela reencarnação, que serão dados a todos como experiências, assim como também os sofrimentos e todos os tipos de infortúnios. Não há nada errado na escrita divina. O que pensas ser erro, é devido à ignorância das leis que regem a todos e a tudo.
Deus é a eterna inteligência e a Sabedoria Divina, expressando-se no Seu amor, não iria errar nos acontecimentos. Quem crê em Deus, aproveita em tudo as lições. Isto é o que deves fazer.


Miramez

Questão: 848 - L.E. - Livre Arbítrio - Embriaguez


Livre-arbítrio

848. Servirá de escusa aos atos reprováveis o ser devida à embriaguez a aberração das faculdades intelectuais?

Não, porque foi voluntariamente que o ébrio se privou da sua razão, para satisfazer a paixões brutais. Em vez de uma falta, comete duas.”

EMBRIAGUEZ
Usando da embriaguez para cometer atos reprováveis, o ser humano, ao invés de cometer uma falta, verdadeiramente comete duas, por usar conscientemente de um estado provocado pela bebida e incorrendo em outra falta. É a escola do desculpismo, tão velha quanto o mundo, e existente entre todos os povos.
Até as leis dos homens acoberta um pouco a pessoa que se entregou ao vício, atenuando as suas faltas, com a justificativa do estado inconsciente em que se encontra. No entanto, as leis espirituais os corrige como culpados por dupla falta, porque os viciados têm plena consciência, quando põem o primeiro pé na estrada das aberrações.
Estamos falando às almas que já conhecem um pouco da verdade, que estão sendo chamadas todos os dias para o trabalho que devem fazer consigo mesmas. O mundo espiritual nunca exige a iluminação por passe de mágica, mas que as pessoas conhecedoras de algumas verdades espirituais passem a se esforçar todos os dias para melhorar. Neste esforço, estaremos juntos como companheiros para animá-los na subida de todos os "calvários". Não escrevemos para os ignorantes de certas verdades, mas sim para os que já a conhecem e se encontram cansados de ficarem só em teorias.
Observemos o que fala o apóstolo João, no capítulo nove, versículo quarenta e um:
Respondeu-lhes Jesus:
Se fôsseis cegos, não teríeis pecado algum; mas, porque agora dizeis: nós vemos, subsiste o vosso pecado.
Observa na fala do Mestre que o que desconhece a lei não tem pecado, entretanto, o pregador da lei que comete a falta, embora ensine aos outros a não cometê-la, é punido duplamente nas suas excentricidades. Não se deve usar das desculpas para servir de instrumento para as trevas, pois o preço destas desculpas será muito grande e ter-se-á de pagar ceitil por ceitil, por vezes até em corpos incapacitados e com a mente conturbada, para exercitar o bem e entendê-lo. Eis a maior das provações e expiações, nos caminhos que percorrem no mundo os faltosos diante da lei de amor!
Ainda existe embriaguez pior que a da bebida forte: é a do ódio, da inveja, do ciúme, do orgulho, da vaidade e do egoísmo, por deixar a pessoa em perfeita lucidez para escolher, e a escolha é quase sempre a pior. Aos espíritas, nossos companheiros de tarefas com Jesus, lembramos que estamos sendo chamados e escolhidos para entender a verdade e passarmos à sua vivência. Mesmo que as lutas conosco mesmos sejam duras, não devemos deixar de lutar todos os dias, horas e minutos. Estamos vivendo em um fechamento de século em que podem acontecer grandes coisas, onde estará envolvida a humanidade inteira.
Meditemos nesta verdade, que ela pode e tem a força de nos inspirar para a nossa transformação interior, onde a luz de Deus começa a nascer para a glória da vida.

Questão: 849 - Livre arbítrio - Faculdade Predominante


Livre-arbítrio

849. Qual a faculdade predominante no homem em estado de selvageria: o instinto, ou o livre-arbítrio?

O instinto, o que não o impede de agir com inteira liberdade, no tocante a certas coisas. Mas, aplica, como a criança, essa liberdade às suas necessidades e ela se amplia com a inteligência. Conseguintemente, tu, que és mais esclarecido do que um selvagem, também és mais responsável pelo que fazes do que um selvagem o é pelos seus atos.”

FACULDADE PREDOMINANTE
A faculdade predominante no selvagem, certamente que é o instinto, impulso que parte de Deus para as necessidades do homem primitivo, como também dos animais. No entanto, ele evolui cada vez mais, de acordo com o crescimento do homem em busca da razão mais esclarecida. Mesmo assim, o instinto não desaparece no homem; ele se desenvolve, alcançando o estado que se chama raciocínio e se expressando como inteligência, de modo que a criatura se torna mais responsável pelos seus atos.
A razão, com o percorrerdes milênios, se transforma em intuição, que igualmente domina uma escala, até chegar ao ponto de a alma intuitiva do futuro não precisar mais da razão, por simplesmente saber, ou seja, a alma dispensará o raciocínio para concluir, porque já sabe.
A faculdade predominante no selvagem é o instinto, e a predominante no intelectual é a inteligência, que trabalha como razão na engrenagem da mente. O homem civilizado é mais responsável pelos seus atos do que o animal, destituído totalmente de raciocínio. No selvagem, a razão começa a desabrochar, assim como no civilizado existe algo de intuição começando a crescer.
A liberdade, mesmo relativa, nasce e cresce com a alma, dotando-a de algo mais, do que a natureza divina é pródiga. Porém, a liberdade diante de Deus é sempre relativa, porque dependemos do Pai para sempre. Quanto mais crescemos, mais fazemos a Sua vontade. Quando necessário, sejamos evoluídos ou atrasados, somos enviados para outros mundos, se precisamos buscar neles experiências que não podemos realizar na Terra. E é por mandato de Jesus que assim se processa.
Vamos consultar o Evangelho, em João, no capítulo dez, versículo dezoito:
Ninguém a tira de mim, pelo contrário, eu espontaneamente a dou. Tenho autoridade para entregar e também para reavê-la. Este mandato, recebi de meu Pai.
O Espírito, quando é preciso, Jesus o envia para outras casas no universo, mas torna a buscá-lo, por fazer parte do rebanho que Ele tanto ama. Vamos trabalhar e compreender, para que as faculdades predominantes em nós sejam as virtudes espirituais tão afloradas nos santos quanto nos sábios. Esse é, pois, o caminho a que todos estamos destinados a seguir. Entrementes, não podemos desdenhar dos que se encontram na retaguarda, porque também nós outros passamos por lá, tendo recebido tantas bênçãos nos próprios desequilíbrios!
O selvagem é uma criança espiritual; o homem primitivo é quase igual ao animal, tocado pelos instintos mais profundos, mas, o tempo dota-o de melhores condições no correr dos anos, porque também ele é filho de Deus, dotado de todas as qualidades espirituais que os Espíritos elevados desfrutam agora no reino da luz. A criança, com a idade não se torna adulto? Assim é o selvagem de hoje; no amanhã, passará a ser civilizado, e depois espiritualizado. Essa é a lei de amor e de justiça, que olha a tudo que Deus criou com o mesmo carinho e a mesma graça.
Tu que te encontras na sociedade e és mais esclarecido do que o selvagem, ajuda-o, de modo que ele reconheça a necessidade de melhorar. Dentro dele existe, em germe, a luz que pode levá-lo ao conhecimento da verdade. Não percas a oportunidade de ajudar, porque tu também já foste ajudado por outros que estão à tua dianteira.
 

Miramez

Questão: 644 L.E. - O bem e o mal - Influencia do meio


O bem e o mal - (INFLUÊNCIA DO MEIO)

644. Para certos homens, o meio onde se acham colocados não representa a causa primária de muitos vícios e crimes?

Sim, mas ainda aí há uma prova que o Espírito escolheu, quando em liberdade, levado pelo desejo de expor-se à tentação para ter o mérito da resistência.”


Primeiramente é necessário saber que o ambiente negativo, em qualquer lugar na Terra, é criado pelos homens, e nada mais. Onde se reúnem homens cheios de paixões inferiores, juntam-se a eles Espíritos da mesma faixa.
O Espírito que vive em ambiente inferior, certamente que precisa desse testemunho de resistência que deve dar, e somente nesse meio pode ele provar o que já aprendeu nas suas experiências terrenas. Se por ventura, a Terra for saneada de modo que os ambientes negativos tornem-se em meios elevados, os Espíritos que devem passar por essas provas de resistência contra o mal, certamente que irão reencarnar em outro mundo que lhes ofereça a escola necessária para o despertamento das almas que se encontram nesse estágio de testes dolorosos.
Muito se diz que a solução do problema está dentro do mesmo, porque os semelhantes se atraem pela seqüência dos próprios atos na mesma faixa de vida. Pelo que notamos, tudo foi criado por Deus, e representa escolas. Se tudo existe por aquiescência Sua, não há outro raciocínio: o que chamamos de mal nos caminhos do Espírito ainda em despertamento, é um bem. As contradições de hoje poderão ser uma fonte de conhecimento para o futuro, o mal de hoje transformar-se-á em bem amanhã.
Estudando a natureza, notarás entre os animais determinada postura que vem contradizer certas linhas da psicologia humana. Os animais não têm determinação, não chegaram ainda à razão, a sua inteligência ainda dorme. Por que fazem certas coisas, como o suicídio? Como devoram seus companheiros nas selvas? E os peixes vivendo dos seus semelhantes? E os pássaros matando pássaros? É um instinto que vem de Deus, para crescimento uns dos outros. É certo que se aprende muitas coisas ruins no ambiente em que se nasce, mas é sofrendo as conseqüências delas, que a criatura aprende a tomar outros rumos.
A vida ainda não é totalmente compreendida; ainda existem muitos segredos no correr das vidas sucessivas. O "conhece-te a ti mesmo" se encontra longe da maioria dos Espíritos, encarnados ou não, que vivem na Terra. O joão-de-barro mata a fêmea presa no ninho quando esta o trai. Por que o faz? Por que ela o obedece, e não faz o mesmo com ele? Entre todos os reinos da natureza, fatos ocorrem na sutileza das vidas, sem que os homens os percebam, e se os notam, não entendem o porquê. Assim ocorre com eles próprios; por que os marginais não aprendem que o erro não compensa, somente o fazendo depois da maturidade espiritual, depois que sofreram todas as conseqüências dos seus malfeitos? Quem pode afirmar que os santos de hoje não passaram pelos mesmos deslizes?
Temos, por necessidade, de nos lembrar sempre das palavras de Paulo, em sua segunda carta aos Tessalonicenses, conforme o capítulo cinco, versículo dezoito:
Em tudo dai graças, porque esta é a vontade de Deus em Cristo Jesus para convosco.
Mais adiante, ele afirma para maior segurança das criaturas: Abstende-vos de toda forma do mal.
Se todos nós conhecemos, até por instinto.o que é o mal, devemos nos esforçar para reprimir esse ímpeto negativo que nos faz sofrer.
Se escolheste uma prova para viver no meio do mal, trabalha buscando resistir a ele, para viveres unicamente no bem que nunca morre.

Miramez