sexta-feira, 23 de março de 2012

FRATERNIDADES DO ESPAÇO

Desde os anos 1940, os grupos chamados Fraternidades do Espaço vêm atuando mais claramente em nosso planeta, a partir de planos espirituais elevados, procurando ajudar a humanidade e preparando a Terra para a evolução que virá.
Por Gilberto Schoereder  (A partir de textos e entrevistas de Rosana Felipozzi, colaboradora da revista Espiritismo & Ciência)
O que são as Fraternidades do Espaço sobre as quais os espíritas tanto falam? Para alguns pesquisadores e estudiosos do esoterismo e do misticismo mais ligado à chamada Nova Era, pode existir pouca diferença entre essas fraternidades e os mestres ascensionados – os seres espiritualmente elevados que compõem os diferentes grupos têm em comum sua atuação junto à humanidade, sempre com o objetivo bem claro de proporcionar a melhoria da vida no planeta.
   Isso vale mais no aspecto da elevação das condições espirituais existentes na Terra. Para os espíritas, por exemplo, a Terra é um planeta de “provas e expiação”, passando para um estágio superior, de “planeta de regeneração”. Muitos dos que canalizam mensagens dos mestres ascensionados também dizem que a Terra está passando para um estágio espiritualmente mais elevado, e as mensagens dos mestres confirmam isso. Já nos anos 1960, antes da Nova Era se instalar de vez na sociedade norte-americana (e, de lá, para o mundo), falava-se da Era de Aquário, que estava chegando para mudar a forma como vivemos e organizamos nossa sociedade e nossas relações.
É interessante notar, também, que alguns nomes que surgem nas Fraternidades também são constantes entre as atividades dos mestres ascensionados, com destaque bem claro para Hilarion, dirigente da Fraternidade dos Essênios e também citado como um dos principais mestres ascensionados. Mais uma vez, os detalhes das atividades podem ser diferentes, mas a base dos ensinamentos e, especialmente, das obras que pretendem realizar em nosso planeta, é praticamente a mesma.
Para uns, as semelhanças são maiores do que as diferenças. Para os espíritas, os laços fraternos entre os encarnados são formados da mesma forma que entre os desencarnados ou espíritos, ou seja, através do tempo, do amor, do conhecimento, do respeito, da compreensão, da dedicação e, supõe-se, de objetivos em comum. Assim, a união de forças em torno de um mesmo ideal fraterno pode formar irmandades ou fraternidades no plano espiritual.
Martha Gallego Thomaz, mais conhecida como Vó Martha, fundadora do Grupo Noel Rosa, é uma das maiores conhecedoras do assunto no meio espírita. Segundo ela explica, em 1939 o Comandante Edgar Armond assumiu a Federação Espírita do Estado de São Paulo. Em 1941, numa reunião dele com alguns médiuns, manifestou-se o espírito de um rapaz vestido de branco que chamou a si mesmo de Hélio. Foi com esse espírito que, no dia seguinte, numa reunião solicitada por ele e com a presença de Vó Martha, deu-se início aos contatos e trabalhos com as Fraternidades do Espaço.
“A primeira que apareceu”, conta Vó Martha, “foi a fraternidade de Ismael, chamada de Fraternidade dos Cruzados, que tem a responsabilidade de proteger o Brasil”. Martha Gallego diz que a Fraternidade do Santo Sepulcro também esteve entre as primeiras a se apresentar, com os espíritos Britânico, Lusitano e Lorenense, que tinham como missão servir como intermediários entre Ismael e o comandante Armond.
Ao se referir às fraternidades, o próprio Edgar Armond disse que elas não eram mitos, entidades sobrenaturais ou superstições do fanatismo religioso, mas grupos coesos e conscientizados de trabalhadores. Segundo ele, as batalhas entre a luz e as trevas já envolvem o planeta nos dias finais do ciclo evolutivo, e os seres das fraternidades se organizam para vencer e assegurar o domínio do amor e da paz.
Nas palavras do comandante, “na evolução através dos reinos da natureza as mônadas, ao penetrarem no reino humano, com seu psiquismo em início de formação, unem-se formando comunidades mais ou menos numerosas; e para cada um desses agrupamentos existem espíritos protetores que recebem diferentes classificações, como sejam: espírito de grupo familiar – ‘espírito protetor da tribo’ – da nação, da raça...” Ele dizia ainda que, por muitos anos, as Fraternidades ofereceram ajuda na execução das tarefas espirituais em nosso plano, “e o elo mais forte e dominante dessa cooperação é sempre o interesse pelo bem comum...”
Os que estão ligados de alguma forma aos mestres ascensionados sempre dizem que, antes de se unir e relacionar a qualquer grupo de estudo, pesquisa ou contatos canalizados, é bom conhecer mais sobre os mestres e as mensagens que estão sendo veiculadas pelo grupo em questão. Armond falava mais ou menos o mesmo ao se referir às Fraternidades. Segundo ele, antes de nos vincularmos a elas, é importante primeiro conhecê-las com maiores detalhes, com informações sobre origens, especializações de trabalho e capacidade operacional, entendendo que, dessa forma, o entendimento não será unicamente teórico, abstrato, mas direto, confiante e efetivo.
Vó Martha diz que Ismael dirige a Fraternidade dos Cruzados. Ela explica que a origem das fraternidades pode ser encontrada no livro Brasil, Coração do Mundo, Pátria do Evangelho (FEB), psicografia de Chico Xavier, pelo espírito Humberto de Campos. “Quando o Brasil foi descoberto”, ela explica, “Jesus confiou a Ismael a proteção do país, e isso é descrito no livro, no qual também há um diálogo em que Ismael pergunta a Jesus como ele iria proteger um país tão grande. Jesus recomendou que ele procurasse os grupos de diversos países que trabalhavam em seu nome e os reunisse. Ismael procurou esses grupos para que se congregassem na ajuda pelo desenvolvimento do Brasil. Os grupos de trabalho foram se transformando em fraternidades”.
O conceito de que nosso mundo é composto por várias camadas, níveis dimensionais ou espirituais, é comum a inúmeras religiões e doutrinas ao longo do tempo. Hoje em dia, até mesmo alguns cientistas desenvolvem conceitos especulativos a respeito das diferentes dimensões que, de uma forma ou de outra, existem “em torno” da Terra. Em determinadas circunstâncias, seria possível acessar essas camadas e estabelecer comunicação com seus habitantes.
Martha Gallego fala de algo semelhante ao se referir aos níveis de atuação das fraternidades. “Podemos dizer”, ela esclarece, “que o mundo é como uma cebola. Nós somos o miolo, e cada casca da cebola é uma esfera. O Instituto de Confraternização Universal está na terceira dimensão, ou terceira camada. Na primeira camada está o que os espíritos chamam de Pronto-Socorro. Cada grupo espírita aqui na Terra tem seu correspondente no mundo espiritual. O Instituto de Confraternização Universal abrange toda São Paulo, é uma cruz sob a cidade. Eu e um companheiro de trabalho chamado Eros fomos pesquisar e descobrimos que em cada ponto dessa cruz há uma escola de aprendizes, ou melhor, em cada região da cidade de São Paulo”.
Eduardo Miyashiro, da Aliança Espírita Evangélica – coordenador de relações institucionais e trabalhador do Centro Espírita Aprendizes do Evangelho, no centro de São Paulo – lembra que evangelizar e ensinar o ideal fraterno foram as primeiras solicitações das Fraternidades ao comandante Armond. “Por evangelização”, ele diz, “entendemos uma mudança no ser humano, segundo um parâmetro diferente, que é o do Evangelho. Até então, durante milhares de anos, o ser humano se baseou no parâmetro da sobrevivência, do seu interesse egoístico, e a idéia era trocar esse parâmetro pelo exemplo de vivência do Cristo”.
Foi por isso que, em 1950, Edgar Armond deu início à Escola de Aprendizes do Evangelho. E, no início dos anos 1960, quando a sociedade brasileira passava por momentos complicados, houve a proposta de se fazer vibrações diárias das quais poderia participar quem quisesse, no local em que estivesse no momento. Cláudio Cravcenco, diretor secretário da Aliança, diz que esse tipo de trabalho de vibração foi reativado pela Aliança recentemente. E, independentemente dessas vibrações, os 270 centros espíritas ligados à Aliança realizam reuniões todas as quintas-feiras, para que se forme uma corrente vibratória de força coletiva.
De certa forma, essa atividade tem relação com o que os esotéricos e ocultistas chamam de egrégora, ou algo que se pode definir como sendo a soma das energias mentais ou espirituais das pessoas que formam um determinado grupo, seja de oração, seja de pensamento e desejos concentrados num objetivo específico.
No caso da Aliança, a reunião começa com uma prece e concentração, passando para as vibrações específicas e gerais. Eduardo Miyashiro diz que os grupos que têm maior disponibilidade reservam os últimos minutos para ouvir uma manifestação do plano espiritual. Normalmente, é nesse momento que se dá o contato com as Fraternidades, e que, segundo Eduardo, ocorre com freqüência. “Nas nossas preces de elevação nas casas espíritas, durante as reuniões que ocorrem, fazemos ligação com as Fraternidades. Sempre nos conectamos com a Fraternidade dos Humildes, do Trevo, mencionamos todas aquelas de que nos lembramos no momento da prece. E, realmente, nós nos sentimos ligados a elas”.
Apesar de algumas Fraternidades terem diminuído sua atuação desde os anos 1960, elas continuam a se manifestar. No dia em que foi entrevistada pela revista Espiritismo & Ciência, por exemplo, Vó Martha, tinha saído de uma reunião em que apareceu o espírito Razin, dirigente da Fraternidade do Trevo. Ela aproveitou e contou a história de Razin aos participantes da reunião. Essa fraternidade e seu dirigente são vistos como sendo de importância crucial no trabalho de recuperação vibratória do planeta. Foi Razin quem inspirou Armond a iniciar a escola de aprendizes do evangelho, que tinha como modelo a escola dos essênios. “As pessoas encarnadas que queriam entrar para a Fraternidade dos Essênios”, diz Martha Gallego, “precisavam fazer um curso para aprender as leis de Deus. Depois que essas pessoas as aprendiam, deveriam também aprender a se conhecer. Só assim passariam a servir, a ajudar. Depois de aprender a ajudar com o coração, esses aprendizes tornavam-se ‘terapeutas’”.
Eduardo Miyashiro diz que as Fraternidades são uma demonstração clara de que o mundo espiritual é muito organizado para expandir o bem. “Expandir o bem não se faz só com boa vontade; são necessários organização, disciplina, programa, compromisso, metas traçadas etc. E o que são as Fraternidades? São equipes elevadas do Plano Espiritual, orientadas a tarefas específicas. Enquanto uma cuida dos suicidas, a outra vai inspirar os oradores, a cura, as vibrações. Isso tudo se faz com bastante esforço, dedicação. A boa vontade é um ingrediente importante, mas não é o único. E as Fraternidades nos ensinam muito isso”.

As Fraternidades do EspaçoVeja a seguir algumas Fraternidades e seus dirigentes (segundo os livros História das Fraternidades e O Instituto de Confraternização Universal).
Fraternidade dos Cruzados: dirigente, Ismael.
Fraternidade do Santo Sepulcro: dirigente, O Britânico (Espírito Ricardo Coração de Leão). Obs.: No início, essa Fraternidade contou com 12 Espíritos intermediários entre Ismael e o Comandante Armond. Depois, passou a três Espíritos intermediários e, atualmente, conta com apenas um dirigente, O Britânico.
Fraternidade dos Humildes: dirigente, dr. Bezerra de Menezes. Obs.: Bezerra fez-se orientador dos trabalhos de cura, trazendo consigo um numeroso grupo de trabalhadores.
Fraternidade dos Essênios: dirigente, Hilarion.
Fraternidade dos Egípcios: dirigente, Sêmulo.
Fraternidade dos Hindus: 1º agrupamento dirigido por Krishna; 2º agrupamento
dirigido por Gandhi.
Fraternidade do Cálice: dirigente, Maria Madalena.
Fraternidade da Rosa Mística: dirigente, Maria de Nazaré.
Fraternidade Filhos do Deserto: dirigente, Swami Hia.
Fraternidade da China: dirigente, Ling Fo.
Fraternidade do México: dirigente, Frei Rogério de Lima.
Fraternidade do Tibete: dirigente, Chang Foi Lang.
Fraternidade Legião de Joana d’Arc: dirigente, Joana d’Arc.
Fraternidade dos Ismaelitas: dirigente, Fagundes Varela.
Fraternidade Lei Áurea: sob orientação de Ismael, reúne vários Espíritos como: José do Patrocínio, Cruz e Souza, Comandante Tamandaré, Duque de Caxias e outros. Obs.: Trabalham pela libertação daqueles que, mesmo livres do corpo físico, continuam escravizados pela revolta.

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