terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

Aula: 36 - O Sermão do Monte


EAE – AULA: 36
O SERMÃO DO MONTE

Sintese do Sermão do Monte e do Sermão profético (Evagelho de Mateus)

5:3 – Homens simples que não tem malicia
5:5 – Volta-se a viver na terra pela reencarnação.
5:13 – O sal da terra: os mundos criados por Deus são feitos para serem habitados; daí sua pluralidade. Os homens ruins são afastados em dadas épocas.
5:14 – As centelhas divinas são luminosas e devem ser postas a brilhar no mundo como glórias da criação de Deus.
5:17 – Os missionarios divinos se sucedem, confirmando e completando uns o trabalho dos antecessores.
5:18 – As leis de Deus são eternas e serão todas cumpridas.
5:21 – É proibido matar seja o que for.
5:22 – Amigo ou inimigo não importa, o amor deve ser dado a todos.
5:39 – Humildade pacifica.
5:40 – Tolerancia
6:6 – Orar diretamente a deus em oculto.
6:20 – Prevalencia da vida espiritual.
6:24 – decidir por livre arbitrio e seguir a Deus e não ao mundo.
6:25 – Deus da o que precisamos, sendo justo, como da aos vegetais e animais.
7:12 – O que queremos para nós, devemos dar aos outros.
7:22 – há julgamentos finais periodicos.
7:23 – Unidade de Doutrina – único Mestre, o Cristo; unidade de criaturas: todos os homens irmãos.
24:7 – Sintomas e sinais do fim.
24:14 – A disseminação do Evangelho é o fim.
24:21/22 – Grandes sofrimentos e abreviações para salvar os bons.
24:29 – Fenomenos no ceu e na terra e no mar, ninguem sabe o dia; muitos serão levados e muitos deixados.
24:44 – Jesus será o julgador, todos devem se preparar.
25:29-30 – Utilizar e multiplicar os bens de deus com inteligencia, razão e agir por livre arbitrio.
25:34 – Separação dos bons e dos maus.
25:64 – Jesus é o Cristo
(Na Semeadura I – 237)

Jesus e a lei de Moisés: Se por intermédio de Moisés o mundo recebeu a lei moral (os Dez Mandamentos) transmitidos pelo Alto, por Jesus recebeu uma verdade maior, como já podia, então, receber.
A lei chamada de Mosés divide-se em duas partes: uma com os tres primeiros mandamentos, referindo-se as ligações dos homens com o Criador; e outra com os sete mandamentos restantes, referindo-se as relações dos homens entre si.
Jesus referendou essa lei e ampliou-a com a unidade em Deus e a fraternidade entre os homens; ensinou tambem as regras essenciais de espiritualização, no Sermão do Monte, resumidas no mandamento maior, do amor a Deus e aos semelhantes. Fora destes preceitos não pode haver redenção, seja qual for a lei considerada. (Na Semeadura I- 181)

L.E. 816 - As provas de riqueza e de miséria - O rico e a caridade


As provas de riqueza e de miséria

816. Estando o rico sujeito a maiores tentações, também não dispõe, por outro lado, de mais meios de fazer o bem?

Mas, é justamente o que nem sempre faz. Torna-se egoísta, orgulhoso e insaciável. Com a riqueza, suas necessidades aumentam e ele nunca julga possuir o bastante para si unicamente.”
A. K.: A alta posição do homem neste mundo e o ter autoridade sobre os seus semelhantes são provas tão grandes e tão escorregadias como a desgraça, porque, quanto mais rico e poderoso é ele, tanto mais obrigações tem que cumprir e tanto mais abundantes são os meios de que dispõe para fazer o bem e o mal. Deus experimenta o pobre pela resignação e o rico pelo emprego que dá aos seus bens e ao seu poder. A riqueza e o poder fazem nascer todas as paixões que nos prendem à matéria e nos afastam da perfeição espiritual. Por isso foi que Jesus disse: “Em verdade vos digo que mais fácil é passar um camelo por um fundo de agulha do que entrar um rico no reino dos céus.” (266)



O RICO E A CARIDADE
O rico certamente tem melhores chances de prestar serviços ao próximo, de fazer a mais bela caridade que se possa praticar, que é aquela de oportunizar ao pobre a ganhar o seu sustento, para viver feliz com a sua família. No entanto, é o que não faz a maior parte dos ricos; uns são obrigados a fazê-lo porque dependem do trabalho daqueles, e não multiplicam seus bens sem os braços dos chamados miseráveis.
Com a riqueza, as suas necessidades materiais crescem e eles gastam o que não deveriam em viagens pouco úteis a lugares que os atraem, inspirados na vaidade e mesmo no orgulho. Assim, vão embrutecendo cada vez mais seu sentimento de caridade, que deveria ser exercitado com aqueles que os ajudam a ganhar a fortuna. Enquanto gastam milhões em jornadas para conhecer outros povos, seus assalariados passam fome, frio e, por vezes, não têm teto, nem os

seus filhos têm escolas. É certo que muitos vieram com a provação da pobreza, mas o que é desperdiçado poderia amenizar seus sofrimentos.
Quando o rico se lembra da caridade, ele exige, muitas vezes, tanta coisa das pessoas e das casas de caridade, que esfriam esse sentimento no coração. Não sabe o rico que a riqueza e a alta posição que ela traz é porta para o despenhadeiro das imundícies morais, o incentivo para a negação de tributos e o endurecimento do coração para com a sociedade submissa, que o ajuda a viver na fartura.
O mau rico nunca quer saber das coisas espirituais. Acha que o dinheiro faz tudo e oferta, por vezes, alguma coisa para as instituições religiosas, como porta para a salvação, sem saber que não é por esse meio que se salva e, sim, pela caridade que não desfigura o amor. Somente pode se salvar, se aplicar a auto-disciplina, reformando os velhos sentimentos das paixões inferiores, quando apagar o orgulho e o egoísmo, quando a renúncia atingir seu coração, de modo a levá-lo a administrar seus bens sem ser apegado a eles.
Jesus, o dono de tudo, o dirigente do planeta, disse: "O filho do homem não tem uma pedra para reclinar a cabeça". O rico do mundo tem em suas mãos inúmeros meios de fazer o bem, mas faz, quase sempre, o mal com o ouro que possui.
A riqueza e o poder podem dar origem a todo o tipo de paixões inferiores, desvirtuando os mais elevados sentimentos. Ricos, deveríeis falar qual Francisco de Assis, ante a lembrança do Cristo:
- "Senhor, que quereis que eu faça?" Em seguida, abrir os ouvidos para escutar a resposta do Mestre e passar a viver o que Ele diz no Evangelho da vida; fazer a caridade e praticar o amor, aquele que emana de Deus, nosso Pai.
Se é difícil um rico entrar no reino do céu, o pobre não tem facilidade também, porque a todos os dois falta maturidade espiritual. Somente conhecendo a verdade pode-se ser livre, de modo que a consciência fique imperturbável para sempre. E para conhecermos o Espírito livre, Lucas registrou a fala do Mestre, no capítulo doze, versículo vinte e nove:

Não andeis, pois, a indagar o que haveis de comer ou beber, e não vos entregueis a inquietações.

Miramez

L.E. 815 - As provas de riqueza e de miséria - A mais Terrivel


As provas de riqueza e de miséria

815. Qual das duas provas é mais terrível para o homem, a da desgraça ou a da riqueza?

São-no tanto uma quanto outra. A miséria provoca as queixas contra a Providência, a riqueza incita a todos os excessos.”


A MAIS TERRÍVEL
Não existem provas piores nem melhores; elas são paralelas às necessidades do aprendiz. Deus não põe fardo pesado em ombros frágeis, isto nos diz o Evangelho de Nosso Senhor. A cruz que se carrega na vida, foi estruturada, medida e pesada, para que se possa caminhar com coragem. As reclamações são mostras de Espírito fraco, que ainda não recolheu a experiência necessária nas lutas terrenas.
As mensagens do além que descem sem cessar para os homens, mostram os deveres de cada criatura ante os compromissos assumidos. Na consciência se encontra o registro do que se compromete com Deus, e Ele, o Soberano Senhor, conhece e tem paciência com Seus filhos. Mas, Ele não retira dos seus caminhos os professores que os possam educar e instruir. Tanto a riqueza quanto a pobreza têm o mesmo peso, em se somando suas dificuldades e sua força de corrigir as criaturas.
Uns lamentam, outros desprezam as oportunidades valiosas, que deverão reconhecer depois do túmulo. No entanto, não se pode dizer que o pobre é o bem-aventurado: isso depende do seu comportamento na vida com a prova da miséria. Não se pode dizer que o rico é o que goza do bem-estar, que Deus o premiou com os bens terrenos. Todos estão na mesma faixa de provas e podem ou não sair-se bem delas, dependendo do grau já alcançado na escala da evolução espiritual. Não devemos julgar, mas podemos analisar em silêncio e tirar dessas deduções experiências para o nosso caminho.
Sofreremos muito mais, se já conhecemos as leis de Deus e não vivemos de acordo com elas. Se o Evangelho de Jesus já está em nossas mãos e em nossa consciência, não percamos a oportunidade de

vivê-lo, pelo menos de começar essa vivência. Com o tempo, passaremos a gozar das delícias de urna consciência em paz.
Novamente, vamos lembrar Lucas, no capítulo doze, versículo quarenta e sete:
Aquele servo, porém, que conheceu a vontade do seu Senhor e não se aprontou, nem fez conforme a Sua vontade, será punido com muitos açoites.
Conhecer é muito bom, mas traz para todos nós responsabilidades maiores, porque, conhecendo e nos fazendo de esquecidos, seremos açoitados pelas provas, qual o boi que sai do seu carreiro: o vaqueiro sabe corrigi-lo, e a lei de condicionamento faz lembrar ao mesmo animal, quando pensar em afastar do rebanho, o ferrão do condutor. Assim acontece com os seres humanos.

As provas são variáveis, e nos parece que não existe maior nem menor; todas são iguais, de acordo com as necessidades do aprendiz em questão. Se a miséria provoca as queixas, as riquezas impulsionam para os excessos de todas as ordens. O pobre geralmente deseja ser rico, e o rico, quando no mundo espiritual, deseja ser pobre na sua volta para o mundo físico. Qual dos dois está certo? São lições diferentes, diplomas necessários aos homens, que somente o recebem pelo processo das vidas sucessivas. Tal é a lei.

Miramez

L.E. 814 - As provas de riqueza e de miséria - Riqueza e Miseria


As provas de riqueza e de miséria

814. Por que Deus a uns concedeu as riquezas e o poder, e a outros, a miséria?

Para experimentá-los de modos diferentes. Além disso, como sabeis, essas provas foram escolhidas pelos próprios Espíritos, que nelas, entretanto, sucumbem com freqüência.”


RIQUEZA E MISÉRIA
Deus testa Seus filhos de várias maneiras: a uns dá a riqueza e, conseqüentemente, poderes; a outros, miséria, e junto a ela a escravidão de todas as ordens. Quem não compreende as leis, como a da reencarnação, acha que Deus é injusto, ou então, para não ofendê-Lo, fala sem conhecimento de causa que o Senhor sabe o que faz. Todas as duas versões do fato são incorretas e sem sabedoria.
Estudando a reencarnação e o progresso dos Espíritos, notar-se-á que o rico de hoje pode ser o pobre de amanhã e vice-versa. Riqueza e miséria são extremos da vida, extremos esses mutáveis. Um pode ocupar o lugar do outro, em se buscando experiências, enriquecendo os celeiros do conhecimento para futura paz de consciência. Em muitos casos, essas provas de riqueza e miséria foram escolhidas pelos próprios Espíritos, por sentirem necessidade do aprendizado.
Ninguém deve ser culpado por nada que acontece; tudo foi feito para a elevação das almas, para o despertamento dos dons enraizados nos corações. A evolução das almas é diferente, mas elas são iguais em sua origem. Vejamos os corpos: comparemos o do rico com o do pobre, do ignorante com o do estadista. Eles têm a mesma forma, a mesma composição, os mesmos órgãos; respiram o mesmo ar, bebem da mesma água e vivem todos se aquecendo com o mesmo sol e andando sobre a mesma Terra. Ainda mais, todos têm como pai o mesmo Deus. As diferenças são ilusórias e breves, que o tempo desmancha quando achar conveniente. Aos ricos, nós podemos dizer que usem bem as suas riquezas e não deixem que o orgulho nem o egoísmo comandem

suas faculdades de pensar e sentir. Eles devem pensar na miséria dos outros, pedindo sempre a Deus que os inspire para não acumularem riquezas que não sirvam para o bem-estar coletivo. Ao pobre, dizemos que viva mais resignado com o que tem e que confie mais em Deus, que nunca abandona Seus filhos. Ele deve lembrar sempre das bem-aventuranças. Jesus está sempre no meio dos que sofrem e não abandona os escorraçados pela justiça dos homens.Os ricos que sucumbem com freqüência não perdem as experiências; algo fica guardado nos escaninhos da alma, para se completar no amanhã. Assim também acontece com os pobres. As reencarnações têm essa função de escola para todas as criaturas na face da Terra. Tudo na vida muda de vez em quando de roupagem, pela forma do progresso, pela força do amor de Deus, cujas leis são justas.
Anotemos o que registrou Lucas, no capítulo quatorze, versículo nove:
Vindo aquele que te convidou e também a ele te diga: Dá o lugar a este. Então, irás envergonhado, ocupar o último lugar.
Quem não faz o seu dever direito, volta a fazê-lo, com um aprendizado diferente. A quem reencarna como rico, em berço de ouro, e não sabe desempenhar bem o seu papel, a reencarnação pode levar para o último lugar na escala das provas, até aprender a humildade e o amor, mesmo como rico. A Doutrina dos Espíritos, pelos processos mediúnicos, deixa bem visível, tanto para o rico como para o pobre, as suas tarefas, diferentes, porém, com os mesmos objetivos.

A função da reencarnação é despertar os valores espirituais e morais das criaturas, levando-os aqui e ali, por ação das leis naturais criadas por Deus. Pensemos nisto, estudemos e trabalhemos honestamente, que as inspirações dos Céus jamais nos faltarão.

MIIRAMEZ







L.E. 867 - Nascer Feliz


867. Donde vem a expressão: Nascer sob uma boa estrela?

Antiga superstição, que prendia às estrelas os destinos dos homens. Alegoria que algumas pessoas fazem a tolice de tomar ao pé da letra.”

NASCER FELIZ
Deus tem tudo para dar aos Seus filhos, não obstante, essa doação é pela lei de justiça, que tem mãos sábias e sabe onde deve doar.
Quando alguém julga que outra pessoa se encontra em bem-estar permanente, pensa que ela nasceu bafejada pelas estrelas, e que a sorte a escolheu, lhe dando o prêmio da felicidade, dos bens materiais e dos dons da alma; tudo nela é luz. De fato, existem tais pessoas, mais ou menos felizes, entretanto, o que usufruem não foi doação sem merecimento. A reencarnação vem explicar esses acontecimentos, porque a justiça não erra as pessoas que merecem; o que recebe, fez jus à dádiva provinda da Luz.
Verdadeiramente, a crença na boa estrela é uma superstição mas, dentro dela, está a verdade brilhando, pois as estrelas - Espíritos iluminados - iluminam os missionários da verdade e os ajudam, para ajudar o rebanho na Terra; nunca faltaram no mundo os pastores que sempre dirigem o rebanho humano para o bem e a verdade. Nunca faltaram livros educativos para a humanidade, nunca faltam para os povos exemplos dignificantes, que levam o amor e a caridade, de Espíritos que passam pela vida enfrentando sofrimentos e escárnio, recebendo pedradas e infortúnios mas, que mesmo assim, não esmorecem nos caminhos que percorrem.
As mesmas superstições cederam lugar à verdade, porque somente o tempo vem preparando os povos para receber as luzes mais acentuadas. A verdade, como bem o sabes, é graduada de acordo com a evolução das almas. Se o Sol que nos aquece a todos não tivesse impedimento para os seus raios, poderia acabar com a vida física da humanidade mas, como eles são regulados pela natureza, a vida se encontra com abundância, e os seus raios, em vez de matarem, dão vida. Diante de todos esses acontecimentos para que a vida na Terra se expresse na grandeza que ela é, temos de agradecer a Jesus, por ser Ele o maior de todos os Espíritos, em se referindo ao mundo que habitamos, encarnados e desencarnados. Ele, como sábio que dirige e orienta todos os sábios, foi quem planejou todos esses recursos, para que o Seu rebanho pudesse viver feliz, dentro da felicidade natural de Deus. Escutemos o que João ouviu do Mestre, anotado no capítulo dez, versículo quatorze: Eu sou o bom pastor; Conheço as minhas ovelhas, e elas me conhecem a mim.
Nós todos conhecemos Jesus, porque despertamos para a razão em Seus braços amorosos, e jamais nos esqueceremos deste fato que eternizou nossa consciência no Seu amor. Nascer sob as 'bênçãos das estrelas, todos nascemos, porque as próprias estrelas que brilham no infinito não estão ali por acaso. Respiramos constantemente seu magnetismo salutar e benfeitor.
Quando falamos das superstições, é bom que acreditemos quê existe a realidade; quando se fala nos falsos profetas, é porque existem os verdadeiros; quando falamos do escuro, é certamente mostrando que existe a luz. Podes notar que tudo existe em dualidade, e um não vive sem o outro, principalmente no nível em que a humanidade se encontra na escala da vida. A doação sem exigência é fonte de luz interna.
João novamente nos esclarece, escutando o Mestre:
Por isso o Pai me ama, porque eu dou a minha vida para a reassumir. (João, 10:17)
Quem trabalha com amor em favor da humanidade,- sempre reassume novas posições na grandeza espiritual e a vida cresce cada vez mais para seu coração, palpitando nele o coração de Deus. Quem entende ao pé da letra, é por ser carente de melhor entendimento. Esperemos, que ele chegará lá, e com o tempo vai entender em Espírito e verdade. Somos todos iguais, feitos para o mesmo destino, e acertados em direção ao amor, amando dentro da felicidade que Deus criou para todos nós. Jesus é o nosso Mestre e será sempre o nosso Pastor.

Miramez

L.E. 866 - Fatalidade - Provas Escolhidas


Fatalidade

866. Então, a faculdade que favorece presidir aos destinos materiais de nossa vida também é resultante do nosso livre-arbítrio?

Tu mesmo escolheste a tua prova. Quanto mais rude ela for e melhor a suportares, tanto mais te elevarás. Os que passam a vida na abundância e na ventura humana são Espíritos pusilânimes, que permanecem estacionários. Assim, o número dos desafortunados é muito superior ao dos felizes deste mundo, atento que os Espíritos, na sua maioria, procuram as provas que lhes sejam mais proveitosas. Eles vêem perfeitamente bem a futilidade das vossas grandezas e gozos. Acresce que a mais ditosa existência é sempre agitada, sempre perturbada, quando mais não seja, pela ausência da dor.”

PROVAS ESCOLHIDAS
Nós escolhemos as nossas provas, no entanto, até nas nossas escolhas aparece a intuição divina nos ajudando, quando temos capacidade para tal empreendimento. Se o Espírito usa seu pensamento para comunicar, certamente que ele também recebe comunicação dos maiores da espiritualidade através desse sistema de conversa.
Deus á a Suprema Inteligência que comanda a tudo. A Sua magnânima vontade está em tudo, de maneira ainda desconhecida pelos seres humanos, não obstante, a suavidade das Suas leis, deixa que entendamos, sintamos e usemos o livre arbítrio, para que possamos encontrar na nossa escolha a esperança e a paz, na nossa parte de ação, na conquista dos nossos valores.
Jesus dizia: "Eu só faço a vontade do Pai que está nos Céus". Se Jesus dizia isso, nós outros, o que vamos dizer? Quem copia a Jesus nunca erra o roteiro. Podemos notar que os grandes personagens da Terra escolhem sempre provas rudes, por saberem que, quanto mais sofrimento em seus caminhos, mais luz nos seus ideais. Mesmo que eles possam retirar os espinhos das suas estradas, não aceitam, por serem eles energia divina que despertam mais seus valores internos. O próprio Mestre deu provas disso. Quando o apóstolo Pedro desejou que Jesus recusasse a cruz, disse-lhe o Mestre: "Retira-te de mim, Satanás", e o apóstolo compreendeu logo que a cruz seria uma ação maior para a humanidade.
Cada criatura deve pegar a sua cruz e seguir o Mestre, com a mesma serenidade que o Divino Amigo se portou diante de tantos sofrimentos. A justiça, como lei de Deus, não permite que as provações que não sejam as nossas venham aos nossos caminhos, nem que os espinhos de outrem sangrem os nossos pés. O que é nosso não erra o nosso endereço. Os que passam pela vida com fartura e nos desregramentos materiais, em viagens sem conta, sem um objetivo espiritual, somente para se regalar e aumentar seu orgulho, egoísmo e vaidade, está aumentando o peso de seu fardo e atrasando cada vez mais a sua libertação, por cerrar seus próprios olhos à verdade. Sofrer é bom para a sua evolução, porém, sem revolta, com paciência e amor em todos os passos de sua vida, retirando de cada espinho uma lição de amor e de fraternidade.
Os encarnados que se comprazem na sombra do comodismo improdutivo, são almas pusilânimes, incapazes de sentir a luz espiritual que existe na intimidade da consciência. Os sábios do mundo tentam todos os meios para retirarem da humanidade a dor e todos os tipos de sofrimentos que oprimem a humanidade mas, até hoje, não descobriram o elixir que tanto procuram, que coloca em plenitude de saúde e de paz as criaturas, por desconhecerem esses sábios que, em primeiro lugar, deveriam ensinar os homens a se comportarem moralmente, educar a mente e fazer compreender a sabedoria de Deus, a chamá-los por todos os meios.
Sabemos que Jesus é a porta da vida para nós outros encarnados e desencarnados mas, para encontrá-la, somente a dor nos indica, somente os infortúnios nos capacitam para tal empreendimento divino, somente o esforço próprio nos desperta para compreender a excelência do comportamento dos grandes personagens da história. Vamos escutar João, no capítulo dez, versículo nove, quando assim registrou o que ouviu de Jesus:
Eu sou a porta. Se alguém entrar por mim, será salvo; entrará e sairá e achará pastagem.
E para atravessar essa porta e sair leve e feliz, achando alimento de todos os tipos para o enriquecimento da alma, é necessário percorrer os caminhos por Ele traçados. A dor implode no coração quando aceita todas as forças da Divindade, desmanchando a desarmonia e iluminando a consciência, de modo que o coração se expresse como um holofote de Deus sustentando a felicidade.
Se estás em provas, convence-te de que elas são breves. Vale a pena ter paciência, extraindo delas o que Deus quer te dizer, porque somente é eterna a tua paz de consciência, quando limpa das ilusões.


 
Miramez

L.E. 865 - Fatalidade - Favorecimento


Fatalidade

865. Como se explica que a boa sorte favoreça a algumas pessoas em circunstâncias com as quais nada têm que ver a vontade, nem a inteligência: no jogo, por exemplo?

Alguns Espíritos hão escolhido previamente certas espécies de prazer. A fortuna que os favorece é uma tentação. Aquele que, como homem, ganha; perde como Espírito. É uma prova para o seu orgulho e para a sua cupidez.”


FAVORECIMENTO
A lei que regula a reencarnação dá feições diferentes às vidas sucessivas, compondo regras e facilitando acontecimentos, de maneira a possibilitar o aprendizado das almas em marcha para a evolução espiritual. De certa forma, ninguém perde nada nas linhas da sua educação espiritual. Deus usa de todos os acontecimentos para disciplinar e fazer o aprendizado crescer, pelos métodos que Ele achar mais conveniente.
O Espírito, ao tomar um corpo de carne, certamente que precisa de um esquema, assim como é preciso uma planta do arquiteto para fazer-se um edifício e os cuidados de pessoas que entendem de construção. A mesma coisa se dá no plano espiritual; ao descer para a carne, o Espírito se submete a variados testes ou provações no mundo mas, dependendo de sua maturidade, do seu interesse pelo bem comum, essas escamas de provações vão caindo como por encanto, pela força do amor e tornando-o livre dos seus padecimentos.
O Espírito pode pedir essa ou aquela modalidade de vida, mas nem sempre lhe é concedido. Deus não põe fardos pesados em ombros frágeis. Para tanto, há instrutores espirituais, vigiando todos os processos de reencarnação. Se assim não fora, seria uma terrível desarmonia espiritual, porque quase todos os Espíritos que reencarnam não sabem o que querem.
Podes fazer uma experiência, perguntando aos homens o que eles desejam para suas vidas, que poderás sentir a realidade. A algumas almas, ou a muitas delas, as reencarnações devem ser impostas para o seu próprio bem. O que podemos explicar sobre os destinos dos homens aos Espíritos ser-lhes-á mais fácil entender; são provas, tanto a pobreza como a riqueza, são testes para as almas, visando à educação dos seus impulsos inferiores. A vida é cheia dessas situações. Nós todos nos encontramos em função da aprendizagem, enfrentando todos os tipos de provas, de acordo com as nossas necessidades. O que chamas de boa sorte de alguns homens, por vezes é má sorte para a alma, porém, em tudo Deus visa ao bem, na educação e sabedoria para Seus filhos. Vejamos o que diz o apóstolo Lucas, no capítulo dezenove, versículo quarenta e dois:
E dizia:
Ah! Se conhecesses por ti mesma, ainda hoje, o que pode te levar à luz!
Mas isto está, agora, oculto aos teus olhos.
Os que se encontram preparados conhecerão o oculto e libertar-se-ão das garras da ignorância, pelos seus próprios esforços na paz de Deus. Nunca deves deixar de procurar, porque às vezes tudo está pronto, bastando somente os teus esforços, a tua parte para a tua paz interior. O espírita deve procurar sempre as pegadas de Jesus, porque Ele é o caminho, a verdade e a vida. Ninguém de Seu rebanho vai à luz senão por Ele.
O Espiritismo codificado por Allan Kardec teve a honra de vir tornar conhecido Jesus para a humanidade, apresentando um Jesus todo amor, a trazer a esperança em todas as suas feições de luz. Aqueles preparados e escolhidos pelo tempo são chamados para maiores entendimentos. O Cristo antes vivia fora de nós; com o advento do Mestre,, em se refletindo pelos espelhos da Doutrina Espírita, Ele penetra e esplende em nossos corações, morando nas nossas consciências, a nos dizer: "Estou aqui, para a tua felicidade".
Os prazeres que são dados às almas para o gozo da vida física são testes, explicáveis pela reencarnação, que serão dados a todos como experiências, assim como também os sofrimentos e todos os tipos de infortúnios. Não há nada errado na escrita divina. O que pensas ser erro, é devido à ignorância das leis que regem a todos e a tudo.
Deus é a eterna inteligência e a Sabedoria Divina, expressando-se no Seu amor, não iria errar nos acontecimentos. Quem crê em Deus, aproveita em tudo as lições. Isto é o que deves fazer.


Miramez

Questão: 848 - L.E. - Livre Arbítrio - Embriaguez


Livre-arbítrio

848. Servirá de escusa aos atos reprováveis o ser devida à embriaguez a aberração das faculdades intelectuais?

Não, porque foi voluntariamente que o ébrio se privou da sua razão, para satisfazer a paixões brutais. Em vez de uma falta, comete duas.”

EMBRIAGUEZ
Usando da embriaguez para cometer atos reprováveis, o ser humano, ao invés de cometer uma falta, verdadeiramente comete duas, por usar conscientemente de um estado provocado pela bebida e incorrendo em outra falta. É a escola do desculpismo, tão velha quanto o mundo, e existente entre todos os povos.
Até as leis dos homens acoberta um pouco a pessoa que se entregou ao vício, atenuando as suas faltas, com a justificativa do estado inconsciente em que se encontra. No entanto, as leis espirituais os corrige como culpados por dupla falta, porque os viciados têm plena consciência, quando põem o primeiro pé na estrada das aberrações.
Estamos falando às almas que já conhecem um pouco da verdade, que estão sendo chamadas todos os dias para o trabalho que devem fazer consigo mesmas. O mundo espiritual nunca exige a iluminação por passe de mágica, mas que as pessoas conhecedoras de algumas verdades espirituais passem a se esforçar todos os dias para melhorar. Neste esforço, estaremos juntos como companheiros para animá-los na subida de todos os "calvários". Não escrevemos para os ignorantes de certas verdades, mas sim para os que já a conhecem e se encontram cansados de ficarem só em teorias.
Observemos o que fala o apóstolo João, no capítulo nove, versículo quarenta e um:
Respondeu-lhes Jesus:
Se fôsseis cegos, não teríeis pecado algum; mas, porque agora dizeis: nós vemos, subsiste o vosso pecado.
Observa na fala do Mestre que o que desconhece a lei não tem pecado, entretanto, o pregador da lei que comete a falta, embora ensine aos outros a não cometê-la, é punido duplamente nas suas excentricidades. Não se deve usar das desculpas para servir de instrumento para as trevas, pois o preço destas desculpas será muito grande e ter-se-á de pagar ceitil por ceitil, por vezes até em corpos incapacitados e com a mente conturbada, para exercitar o bem e entendê-lo. Eis a maior das provações e expiações, nos caminhos que percorrem no mundo os faltosos diante da lei de amor!
Ainda existe embriaguez pior que a da bebida forte: é a do ódio, da inveja, do ciúme, do orgulho, da vaidade e do egoísmo, por deixar a pessoa em perfeita lucidez para escolher, e a escolha é quase sempre a pior. Aos espíritas, nossos companheiros de tarefas com Jesus, lembramos que estamos sendo chamados e escolhidos para entender a verdade e passarmos à sua vivência. Mesmo que as lutas conosco mesmos sejam duras, não devemos deixar de lutar todos os dias, horas e minutos. Estamos vivendo em um fechamento de século em que podem acontecer grandes coisas, onde estará envolvida a humanidade inteira.
Meditemos nesta verdade, que ela pode e tem a força de nos inspirar para a nossa transformação interior, onde a luz de Deus começa a nascer para a glória da vida.

Questão: 849 - Livre arbítrio - Faculdade Predominante


Livre-arbítrio

849. Qual a faculdade predominante no homem em estado de selvageria: o instinto, ou o livre-arbítrio?

O instinto, o que não o impede de agir com inteira liberdade, no tocante a certas coisas. Mas, aplica, como a criança, essa liberdade às suas necessidades e ela se amplia com a inteligência. Conseguintemente, tu, que és mais esclarecido do que um selvagem, também és mais responsável pelo que fazes do que um selvagem o é pelos seus atos.”

FACULDADE PREDOMINANTE
A faculdade predominante no selvagem, certamente que é o instinto, impulso que parte de Deus para as necessidades do homem primitivo, como também dos animais. No entanto, ele evolui cada vez mais, de acordo com o crescimento do homem em busca da razão mais esclarecida. Mesmo assim, o instinto não desaparece no homem; ele se desenvolve, alcançando o estado que se chama raciocínio e se expressando como inteligência, de modo que a criatura se torna mais responsável pelos seus atos.
A razão, com o percorrerdes milênios, se transforma em intuição, que igualmente domina uma escala, até chegar ao ponto de a alma intuitiva do futuro não precisar mais da razão, por simplesmente saber, ou seja, a alma dispensará o raciocínio para concluir, porque já sabe.
A faculdade predominante no selvagem é o instinto, e a predominante no intelectual é a inteligência, que trabalha como razão na engrenagem da mente. O homem civilizado é mais responsável pelos seus atos do que o animal, destituído totalmente de raciocínio. No selvagem, a razão começa a desabrochar, assim como no civilizado existe algo de intuição começando a crescer.
A liberdade, mesmo relativa, nasce e cresce com a alma, dotando-a de algo mais, do que a natureza divina é pródiga. Porém, a liberdade diante de Deus é sempre relativa, porque dependemos do Pai para sempre. Quanto mais crescemos, mais fazemos a Sua vontade. Quando necessário, sejamos evoluídos ou atrasados, somos enviados para outros mundos, se precisamos buscar neles experiências que não podemos realizar na Terra. E é por mandato de Jesus que assim se processa.
Vamos consultar o Evangelho, em João, no capítulo dez, versículo dezoito:
Ninguém a tira de mim, pelo contrário, eu espontaneamente a dou. Tenho autoridade para entregar e também para reavê-la. Este mandato, recebi de meu Pai.
O Espírito, quando é preciso, Jesus o envia para outras casas no universo, mas torna a buscá-lo, por fazer parte do rebanho que Ele tanto ama. Vamos trabalhar e compreender, para que as faculdades predominantes em nós sejam as virtudes espirituais tão afloradas nos santos quanto nos sábios. Esse é, pois, o caminho a que todos estamos destinados a seguir. Entrementes, não podemos desdenhar dos que se encontram na retaguarda, porque também nós outros passamos por lá, tendo recebido tantas bênçãos nos próprios desequilíbrios!
O selvagem é uma criança espiritual; o homem primitivo é quase igual ao animal, tocado pelos instintos mais profundos, mas, o tempo dota-o de melhores condições no correr dos anos, porque também ele é filho de Deus, dotado de todas as qualidades espirituais que os Espíritos elevados desfrutam agora no reino da luz. A criança, com a idade não se torna adulto? Assim é o selvagem de hoje; no amanhã, passará a ser civilizado, e depois espiritualizado. Essa é a lei de amor e de justiça, que olha a tudo que Deus criou com o mesmo carinho e a mesma graça.
Tu que te encontras na sociedade e és mais esclarecido do que o selvagem, ajuda-o, de modo que ele reconheça a necessidade de melhorar. Dentro dele existe, em germe, a luz que pode levá-lo ao conhecimento da verdade. Não percas a oportunidade de ajudar, porque tu também já foste ajudado por outros que estão à tua dianteira.
 

Miramez

Questão: 644 L.E. - O bem e o mal - Influencia do meio


O bem e o mal - (INFLUÊNCIA DO MEIO)

644. Para certos homens, o meio onde se acham colocados não representa a causa primária de muitos vícios e crimes?

Sim, mas ainda aí há uma prova que o Espírito escolheu, quando em liberdade, levado pelo desejo de expor-se à tentação para ter o mérito da resistência.”


Primeiramente é necessário saber que o ambiente negativo, em qualquer lugar na Terra, é criado pelos homens, e nada mais. Onde se reúnem homens cheios de paixões inferiores, juntam-se a eles Espíritos da mesma faixa.
O Espírito que vive em ambiente inferior, certamente que precisa desse testemunho de resistência que deve dar, e somente nesse meio pode ele provar o que já aprendeu nas suas experiências terrenas. Se por ventura, a Terra for saneada de modo que os ambientes negativos tornem-se em meios elevados, os Espíritos que devem passar por essas provas de resistência contra o mal, certamente que irão reencarnar em outro mundo que lhes ofereça a escola necessária para o despertamento das almas que se encontram nesse estágio de testes dolorosos.
Muito se diz que a solução do problema está dentro do mesmo, porque os semelhantes se atraem pela seqüência dos próprios atos na mesma faixa de vida. Pelo que notamos, tudo foi criado por Deus, e representa escolas. Se tudo existe por aquiescência Sua, não há outro raciocínio: o que chamamos de mal nos caminhos do Espírito ainda em despertamento, é um bem. As contradições de hoje poderão ser uma fonte de conhecimento para o futuro, o mal de hoje transformar-se-á em bem amanhã.
Estudando a natureza, notarás entre os animais determinada postura que vem contradizer certas linhas da psicologia humana. Os animais não têm determinação, não chegaram ainda à razão, a sua inteligência ainda dorme. Por que fazem certas coisas, como o suicídio? Como devoram seus companheiros nas selvas? E os peixes vivendo dos seus semelhantes? E os pássaros matando pássaros? É um instinto que vem de Deus, para crescimento uns dos outros. É certo que se aprende muitas coisas ruins no ambiente em que se nasce, mas é sofrendo as conseqüências delas, que a criatura aprende a tomar outros rumos.
A vida ainda não é totalmente compreendida; ainda existem muitos segredos no correr das vidas sucessivas. O "conhece-te a ti mesmo" se encontra longe da maioria dos Espíritos, encarnados ou não, que vivem na Terra. O joão-de-barro mata a fêmea presa no ninho quando esta o trai. Por que o faz? Por que ela o obedece, e não faz o mesmo com ele? Entre todos os reinos da natureza, fatos ocorrem na sutileza das vidas, sem que os homens os percebam, e se os notam, não entendem o porquê. Assim ocorre com eles próprios; por que os marginais não aprendem que o erro não compensa, somente o fazendo depois da maturidade espiritual, depois que sofreram todas as conseqüências dos seus malfeitos? Quem pode afirmar que os santos de hoje não passaram pelos mesmos deslizes?
Temos, por necessidade, de nos lembrar sempre das palavras de Paulo, em sua segunda carta aos Tessalonicenses, conforme o capítulo cinco, versículo dezoito:
Em tudo dai graças, porque esta é a vontade de Deus em Cristo Jesus para convosco.
Mais adiante, ele afirma para maior segurança das criaturas: Abstende-vos de toda forma do mal.
Se todos nós conhecemos, até por instinto.o que é o mal, devemos nos esforçar para reprimir esse ímpeto negativo que nos faz sofrer.
Se escolheste uma prova para viver no meio do mal, trabalha buscando resistir a ele, para viveres unicamente no bem que nunca morre.

Miramez

Questão: 645 - L.E. - O BEM E O MAL


O bem e o mal

645. Quando o homem se acha, de certo modo, mergulhado na atmosfera do vício, o mal não se lhe torna um arrastamento quase irresistível?

Arrastamento, sim; irresistível, não; porquanto, mesmo dentro da atmosfera do vício, com grandes virtudes às vezes deparas. São Espíritos que tiveram a força de resistir e que, ao mesmo tempo, receberam a missão de exercer boa influência sobre os seus semelhantes.”

DEMORA NO MAL
Certos homens, e mesmo Espíritos desencarnados, demoram-se por tempo indeterminado nos vícios, enquanto outros seus companheiros saem logo quando passam a sofrer as conseqüências do erro.
Pelo conhecimento da Doutrina dos Espíritos, é fácil saber o porquê de uns sofrerem mais que outros. Alguns, ainda, passam pelo ambiente vicioso, mas, não se interessam em viciar-se. Todos sabem que, quanto mais a ignorância domina a mente humana, mais viciada ela pode ser.
O Espírito, em certa faixa do seu despertamento espiritual, sofre todos os tipos de agressões inferiores, passando por tudo para recolher experiências. Qual o anjo que não sofreu, nem foi testado pelas paixões inferiores, que não deslizou nos caminhos do erro, para aprender a ser bom e compreender o amor? Esses processos foram criados por Deus. Se alguém acha que foram criados pelos homens, é só raciocinar: o homem foi criado por quem, e por que as suas tendências? Na onisciência do Criador, Ele, ao fazê-lo, não sabia que esse iria criar tais ou quais modalidades de erros?
O que existe no mundo, em se falando de faltas, sempre existiu, para educação do próprio faltoso. Isso é justiça. Por que imputar os erros somente para os homens, e na profundidade esquecer de analisar a necessidade de tais coisas para a educação dos mesmos? Não devemos culpar ninguém pelo que se passa; tudo são meios usados pela Inteligência Divina para o despertamento das almas em ascensão.
Quanto ao que demora no vício mais que os outros, é Espírito com maior necessidade de corrigenda, e os que ficam pouco nos caminhos das paixões inferiores já se encontram com certa maturidade, e somente recebem o que merecem.
Não devemos nos impressionar com o que existe. Deus está vendo tudo e, se o permite, é porque precisamos desses meios para nos elevarmos. Vamos trabalhar no bem, viver o amor e a caridade, para não precisarmos de mais corrigendas. Vamos orar e vigiar para não cairmos em novas tentações, é o que disse Jesus, nos ajudando a nos erguermos para a luz.
Ninguém deseja sofrer; todos temos um instinto de procurarmos as coisas melhores. Quando, por vezes, permanecemos mais no mal, somos motivados pela ignorância e estamos, mesmos inconscientes, buscando o bem no mal. Jesus não disse que iria mandar para a humanidade outro Consolador? Pois bem, ele já está entre nós, na forma de uma doutrina, a Doutrina Espírita, que além de nos consolar, está no mundo nos instruindo, e esse esclarecimento nos leva à paz de consciência. Mas, essa paz é produto da maturidade da alma.
Ninguém, Espírito algum, nasce já desperto na sua pureza e, somente com o tempo pode dar pela presença de Deus e, em se falando da humanidade, pelas mãos do Cristo. Os Espíritos, encarnados e desencarnados, que persistem no erro, sofrendo todas as conseqüências do mal e não mudam em nada, certamente que ficarão onde se encontram, até abrir os olhos e despertar as sensibilidades para o amor.
E Ele lhes disse:
Não compreendeis ainda? (Marcos, 8:21)
Pois não existe outro meio, ou outros meios, para compreender os problemas melhor do que a dor, enfim, todo tipo de infortúnio, para que se possam despertar os valores latentes e gozar das delícias da vida. Sempre foi assim, e assim será pela força da justiça.
Mas, aquele que perseverar até o fim, no amor, será salvo de todas as conseqüências do ódio, da inveja e do ciúme, e o seu coração abrir-se-á para o coração de Deus, nos caminhos de Jesus.

Miramez

Livro dos Espiritos (913) - Vício


O egoísmo (VÌCIO)

L.E. - 913. Dentre os vícios, qual o que se pode considerar radical?

“Temo-lo dito muitas vezes: o egoísmo. Daí deriva todo mal. Estudai todos os vícios e vereis que no fundo de todos há egoísmo. Por mais que lhes deis combate, não chegareis a extirpá-los, enquanto não atacardes o mal pela raiz, enquanto não lhe houverdes destruído a causa. Tendam, pois, todos os esforços para esse efeito, porquanto aí é que está a verdadeira chaga da sociedade. Quem quiser, desde esta vida, ir aproximando-se da perfeição moral, deve expurgar o seu coração de todo sentimento de egoísmo, visto ser o egoísmo incompatível com a justiça, o amor e a caridade. Ele neutraliza todas as outras qualidades.”

O egoísmo é verdadeiramente a chaga mais difícil de ser curada, no seio da sociedade humana. Ele gera todas as inferioridades, incompatíveis com a justiça, o amor e a caridade. Encontra-se na profundeza das almas, inspirando-as para todos os tipos de mal que se possa imaginar. É capaz de mostrar o orgulho ativando muitos sentimentos que embrutecem o Espírito, pedindo somente para si, esquecendo-se de todos os outros.
Quem deseja crescer para a espiritualidade superior, deve combater o orgulho e o egoísmo em todas as suas rates, buscando arrancá-la na sua profundidade. Para isso, necessário se faz usar a inteligência, esforçando-se com a razão para descobrir onde se encontra radicado o egoísmo e trabalhar sem esmorecer para combatê-lo.
Do egoísmo derivam todos os males da sociedade. Quando as nações do mundo compreenderem essa verdade e passarem a fazer leis que se afastam do egoísmo, essas nações estarão doando o melhor para os povos. Quando falamos nestes dois antagonistas da felicidade, damos os meios de combatê-los mas, inspirados em Jesus, que para nós é a exemplificação do amor e da renúncia. Desta forma, esses dois inimigos dos povos não encontram lugar para viver.
Jesus renunciou à sua vida plena de amor nos Céus, para estimular nos homens as virtudes. Abracemos, pois, o desapego das coisas inferiores, renunciando a tudo que não nos ajude a subir. Procurando por todos os meios ajudar, servindo-nos de exemplos de fé, na conquista do amor, entreguemo-nos à fraternidade, que ela nos protegerá de todos os males, em todos os caminhos.
Em Lucas, observamos o aviso de Jesus para todos os males que o egoísmo e o orgulho geram, no capítulo vinte, versículo quarenta e seis:
Guardai-vos dos escribas, que gostam de andar, com estes talares, e muito apreciam as saudações nas praças, as primeiras cadeiras nas sinagogas e os primeiros lugares nos banquetes.
Daí é que nasce o egoísmo com todas as suas ramificações para a vida no mal, que passa a matar as sementes das virtudes que devem crescer no coração humano. Não devemos nos esquecer da humildade em todos os momentos da vida e, em seguida, do amor, da bondade e do saber. Guardemo-nos, igualmente, das lisonjas, que nos envaidecem. No amanhã, aqueles que hoje nos elogiam, podem passar a apedrejar, a caluniar, violentando a nossa mente, por não terem os valores que já possuímos. Eis o ciúme do ignorante, processando-se no ambiente da ignorância.
O egoísmo, por mais que se lhe dê combate, ainda deixa algo de si na sua estrutura de vida, que pode de novo nascer. Somente o amor isola essa praga, esse inimigo terrível do coração. Não nos esqueçamos de Jesus, que o Mestre nos ensina como livrar-nos deste inimigo, transformando-o em amor e caridade.

Miramez

AULA: 45 - RESSURREIÇÃO

AULA: 45 - RESSURREIÇÃO DE JESUS


Para nós, espíritas, o corpo de Jesus é a sua Doutrina, que o Espiritismo retoma à sua origem, tirando-lhe o véu colocado pelos homens, que lhe encobria o entendimento. Disse Jesus: "A carne (no caso o corpo) para nada presta, o espírito é que vivifica; as palavras que vos digo são espírito e vida." (João 6:63)

Jesus apareceu em algumas ocasiões após sua crucificação, conforme relatos do Evangelho e isso não seria de se duvidar, conforme os testemunhos dos apóstolos e as explicações trazidas em A Gênese, por Allan Kardec, transcritas neste estudo.

Ocorre que Jesus, em nosso entendimento, não voltaria para pedir que fossem feitas celebrações em seu nome, embora respeitosas, pois isso seria consagrar a letra que mata: o corpo e o sangue material em detrimento ao corpo doutrinário; os ensinamentos que representam o alimento espiritual.

Quando Jesus voltou aos discípulos após a crucificação, propugnou pela divulgação de sua doutrina em todos os lugares e pelo encorajamento dos discípulos em sua missão e não por outra motivação.

Se esse fosse realmente o desejo de Jesus – a celebração do corpo e do sangue, ele o teria dito aos seus apóstolos antes de sua crucificação ou durante os 40 dias que esteve com eles em espírito após a crucificação. Voltar 1.200 anos depois para inserir um novo fato seria como se estivesse deixado algo para trás em sua grandiosa tarefa ou como se não tivesse instruído adequadamente os seus discípulos.

Mas, isso não tira o valor da consagração religiosa, do belo e do sentimento de fraternidade próprios dessas manifestações. A data, como outras, está impregnada de fortes vibrações ao longo dos séculos, afetando a todos nós. Trás em si esse influxo que é sentido por todos, até pelos ainda mais apegados às questões materiais.

Sobre o desaparecimento do corpo de Jesus, muitos buscam explicações e tentam acomodá-las à ciência, como se esta pudesse endossar a ressurreição da carne. O fato é que os testemunhos dos apóstolos, discípulos e das mulheres levam a evidências muito fortes do aparecimento de Jesus depois de crucificado.

Essa questão da visão subjetiva que muitos cientistas e intelectuais gostam de abordar, entendemos ser parte dos sofismas que atendem a interesses contra a ressurreição. Provavelmente o cristianismo não sobreviveria sem a ressurreição. De um lado alguns negam, pois a ressurreição seria uma violação às leis naturais; de outro lado alguns tentam provar a ressurreição lançando mão de habilidades verbais e atributos milagrosos. Muitas dessas explicações são baseadas na crença de que a ressurreição de Jesus não poderia ter ocorrido porque ela não é uma experiência que pode ser repetida. Se mudarmos o paradigma, veremos que a experiência é repetida incontáveis vezes, com a ressurreição do espírito e não da carne. A ressurreição da carne não pode ser repetida, pois nunca ocorreu.

Poucos são os que buscam um novo entendimento, sem ferir a razão, a ciência ou a crença. Dentre estes, estão os que crêem na ressurreição de Jesus em Espírito (Aparição) ou a compreensão sobre o desaparecimento do corpo de Jesus pela razão, mesmo sem poder afirmá-la categoricamente, pois a resolução ainda não é assente.

Supondo o desaparecimento pela desmaterialização, como uma das explicações prováveis, fica a questão da pedra do sepulcro removida, pois, nessa hipótese, não haveria necessidade da remoção da pedra. Ocorre que era preciso levar ao mundo a mensagem da ressurreição, pilar do Cristianismo. Por isso, é de se supor que a iniciativa pelo desaparecimento do corpo de Jesus é do Alto, dentro da hipótese de um planejamento da passagem de Jesus pela Terra. O fato da pedra removida e o sepulcro vazio, se fez necessário para crença geral.

O sepulcro vazio, como atestado da ressurreição, foi fundamental para a projeção do Cristianismo em Jerusalém e no mundo. Se os principais dos sacerdotes e fariseus tivessem encontrado o corpo teriam fortalecido a idéia do embuste (Mateus 63/66) e a ressurreição estaria  morta no nascedouro.

OS RELATOS DO EVANGELHO

UM SOLDADO LANCETEIA O CORPO DE JESUS:

Para que os corpos não ficassem na cruz no dia do sábado seguinte, que era solene para a páscoa dos judeus, estes pediram a Pilatos que fossem quebradas as pernas dos condenados para apressar-lhes a morte e os corpos pudessem ser retirados antes do por do sol.

Os soldados quebraram as pernas dos dois condenados, mas não precisaram fazê-lo com Jesus, pois já estava morto. Mas um soldado lhe abriu o lado com uma lança, e logo saiu sangue e água. Esse fato é importante porque Jesus irá aparecer a Tomé e pedirá que Tomé coloque a mão sobre o ferimento, para que veja e creia (aparição tangível).

JOÃO TESTEMUNHA A MORTE DE JESUS:

"Aquele que viu isto (João) testificou, sendo verdadeiro o seu testemunho; e ele sabe que diz a verdade, para que também vós creiais". João com isso, evita que mais tarde suponham que Jesus pudesse ter sido retirado com vida da cruz.

O SEPULTAMENTO DE JESUS:

Ao cair da tarde, José de Arimatéia (destacado membro do Sinédrio) foi procurar Pilatos para solicitar permissão para retirar o corpo de Jesus. Pilatos se admirou que já tivesse morrido; chamou um centurião que confirmou-lhe que a morte de Jesus já havia ocorrido. Então Pilatos cedeu o corpo de Jesus a José.

José foi até o local da crucificação (Calvário) para retirar o corpo. Com ele foi Nicodemos ("Necessário te é nascer de novo..."). Nicodemos levou um composto de mirras e aloés e, tirando o corpo da cruz, o envolveram em lençóis de linho com o aroma, como era de uso entre os Judeus na preparação para o sepultamento. No lugar onde Jesus foi crucificado havia um sepulcro novo, aberto na rocha, onde ninguém havia sido sepultado (Mateus, 27/60). Esse túmulo era de José de Arimatéia, segundo Mateus. Ali depositaram o corpo de Jesus e rolaram uma grande pedra para a entrada do túmulo. As mulheres (Maria, mãe de Jesus e Maria de Madalena) que tinham vindo da Galiléia com Jesus, seguindo, viram o túmulo e como o corpo fora ali depositado. Então se retiraram para preparar aromas e bálsamos, que trariam após o sábado.

A GUARDA DO SEPULCRO (Mateus 63/66):

No sábado, reuniram-se os principais sacerdotes e os fariseus e foram a Pilatos: Senhor, lembramo-nos de que aquele enganador, enquanto vivia, disse: "Depois de três dias ressurgirei". Portanto, manda que o sepulcro seja guardado com segurança até o terceiro dia, para não se dar o caso de que os seus discípulos vão de noite, o furtem e digam ao povo: "Ressurgiu dentre os mortos". Assim, o último embuste será pior do que o primeiro. Disse-lhes Pilatos: tendes aí uma escolta. Ide, guardai-o como bem vos parecer. Indo eles, montaram guarda ao sepulcro, selando a pedra e deixando ali a escolta.

Os judeus temiam fossem verdadeiras as palavras de Jesus sobre sua ressurreição. Daí o cuidado em vigiar o sepulcro. Tinham pois, o interesse de lhe conservar o corpo como prova, mostrando ao povo caso seus discípulos tentassem espalhar a ocorrência da ressurreição.

Esperaram passar a festa do sábado para que a autoridade assumisse a responsabilidade de vigiar o sepulcro. Quando foram falar a Pilatos, sabiam que o corpo estava no sepulcro e, só depois de verificarem que lá estava, foi que selaram a pedra e postaram os guardas a vigiá-lo. Por isso, quando alguns dos guardas lhes relataram o que ocorrera - A Ressurreição - (Mateus 28; 11/15), eles, os príncipes dos sacerdotes e os fariseus, se reuniram aos anciões e combinaram dar grande soma de dinheiro aos soldados, para que espalhassem que durante a noite, enquanto dormiam, o corpo de Jesus fora furtado pelos seus discípulos. Se a hipótese era a de que estavam dormindo, como poderiam saber quem havia roubado o corpo? E como os guardas não ouviram a pedra ser rolada para abrir o túmulo?

Por outro lado, a crucificação foi um duro golpe para os discípulos, que estavam profundamente abalados: "Nós esperávamos que fosse Ele que haveria de redimir a Israel" (Lucas 24:21). Nesse estado de prostração, eles não lembravam da promessa de Jesus de que ressuscitaria dentre os mortos. Por isso, as aparições tangíveis de Jesus durante quarenta dias, após os discípulos terem testemunhado a sua morte, lhes solidificou a fé, levando-os à divulgação do Evangelho por todos os lugares. Foram testemunhas da ressurreição ao povo, o que pode ser constatado em Atos, 5: 17-42, quando as autoridades judaicas pressionaram os discípulos para que não pregassem mais a respeito do Cristo ressuscitado.

OPINIÕES DIVERGENTES:

Até hoje, mesmo entre os cristãos, há quem negue o desaparecimento do corpo de Jesus por processos que atendem à razão, como a hipótese da desmaterialização, admitindo uns o roubo; outros o milagre. Colhemos algumas opiniões de estudiosos da Bíblia, nos meios de comunicação (Fantástico abril/96; O Estado de São Paulo, 07.04.96, pag. A-23). Um deles afirma que o corpo de Jesus "apodreceu na sepultura" (Gerd Ludemann). Segundo ele, o Cristo ressuscitado que apareceu ao apóstolo Pedro não passou de uma "visão subjetiva", provocada pela dor profunda do apóstolo e por sua sensação de culpa por ter negado a Jesus quando este foi preso. Já para John Dominic Crossan, ex-sacerdote católico romano, a sepultura estava realmente vazia. A razão: seu corpo já havia sido devorado por cães selvagens. Esse, segundo Crossan, era o destino dos criminosos romanos crucificados. Estudioso da Bíblia na Universidade de Paul, de Chicago, Crossan não explica como os cães entraram na sepultura, ou como tiveram acesso ao corpo de Jesus, que desceu da cruz para a sepultura, que por sua vez foi fechada por José de Arimatéia e Nicodemos e que depois recebeu a guarda de uma escolta.

E PARA NÓS, ESPÍRITAS?

Vamos à Kardec (A Gênese, capítulo XV - Os milagres do Evangelho - Superioridade da Natureza de Jesus - Desaparecimento do corpo de Jesus):

Jesus esteve num corpo de carne como qualquer outro ser encarnado e ao ressurgir, o fez como uma aparição tangível; Kardec oferece várias exemplificações de aparições tangíveis, notadamente na Revista Espírita (exemplo: abril de 1860). No entanto, se Kardec não sugere como desapareceu o corpo de Jesus, é conclusivo quanto ao sepultamento de Jesus e sua ressurreição, deixando-nos a compreensão do desaparecimento do corpo de Jesus à luz do estágio de nosso entendimento e à confirmação geral dos Espíritos (CUEE) se um dia se der essa possibilidade.

No capítulo XIV - Os fluidos, de A Gênese, no item 14, temos: "Os espíritos agem sobre os fluidos espirituais... com o auxílio do pensamento e da vontade. O pensamento e a vontade são para o espírito, aquilo que a mão é para o homem. Pelos pensamentos eles imprimem a tais fluidos esta ou aquela direção; eles o aglomeram, os combinam e os dispersam; formam com esses materiais, conjuntos que tenham uma aparência, uma forma, uma cor determinada; mudam suas propriedades como um químico altera as propriedades dos gases ou de outros corpos, combinando-os segundo determinadas leis. É a grande oficina do laboratório da vida espiritual. É assim, por exemplo, que um espírito se apresenta a um encarnado, sob as aparências que tinha na época em que se conheceram, mesmo que isso se dê depois de diversas encarnações: Apresenta-se com as roupas, os sinais exteriores, enfermidades, cicatrizes, membros amputados, etc. Na realidade, ele não conservou tais aparências (como espírito não é coxo, etc); mas seu pensamento, entrando em relação com a época em que isto se dava, seu perispírito toma  instantaneamente aquela forma, a qual deixa também instantaneamente, desde que o pensamento cesse de agir. (...) Por um efeito análogo o pensamento do espírito cria, fluidicamente, os objetos dos quais tem o hábito de se servir: um militar terá suas armas, seus uniformes, etc. (...)

Já no item 6, do mesmo capítulo, temos:

(...) A matéria tangível, tendo por elemento primitivo o fluido cósmico etéreo, ao desagregar-se deve poder voltar ao estado de eterização, assim como o diamante, o mais duro dos corpos, pode volatizar-se num gás impalpável. A solidificação da matéria, na realidade, não passa de um estado transitório do fluido universal, o qual deve voltar ao seu estado primitivo quando as condições de coesão cessam de existir. Quem sabe mesmo se, no estado de tangibilidade, a matéria não é suscetível de adquirir uma espécie de eterização que lhe confira propriedades particulares?

Certos fenômenos, que parecem ser autênticos, tenderiam a tal suposição. Ainda não possuímos senão as balizas do mundo invisível, e o futuro nos reserva sem dúvida o conhecimento de novas leis que nos permitirão compreender o que para nós ainda é um mistério.

No capítulo XV, temos:

65. (...) Após o suplício de Jesus, seu corpo ficou lá, inerte e sem vida; ele foi sepultado como os corpos ordinários e cada um pôde vê-lo e toca-lo. Após a ressurreição, quando ele quis deixar a Terra, ele não morre; seu corpo se eleva, se desvanece e desaparece sem deixar nenhum traço, prova evidente que seu corpo era de uma outra natureza que a que permaneceu na cruz, de onde é preciso concluir que se Jesus pôde morrer, é que ele tinha um corpo carnal.

67. Em que se transformou o corpo carnal?  É um problema cuja solução não se pode deduzir, até nova ordem, salvo por hipóteses, falta de elementos suficientes para assegurar uma convicção. Esta solução, aliás, é de uma importância secundária e não juntaria nada aos méritos do Cristo nem aos fatos que atestam, de uma certa maneira bem contrariamente peremptória, sua superioridade e sua missão divina.

Não pode, pois, haver sobre a maneira na qual esse desaparecimento se operou senão opiniões pessoais que teriam valores apenas igualmente quanto as que fossem sancionadas por uma lógica rigorosa e pelo ensinamento geral dos Espíritos; ora, até o presente, nenhuma das que foram formuladas recebeu a sanção deste duplo controle.

Se os Espíritos ainda não resolveram a questão pela unanimidade de seus ensinamentos, é que, sem dúvida, o movimento da resolução não veio ainda ou que ainda falta conhecimentos em auxílio dos que possam resolvê-la por si própria. Em atentando, descarta-se a suposição de um rapto clandestino, poder-se-ia encontrar, por analogia, uma explicação provável na teoria do duplo fenômeno dos transportes e da invisibilidade. (Livro dos Médiuns, cap. IV e V).

Observação: o item 67 não consta da tradução de Victor Tollendal Pacheco, 17º edição LAKE, de outubro de 1990 de que nos servimos para o presente estudo. Para o item 67, utilizamos a tradução de Carlos de Brito Imbassahy, da 3ª edição de 1868, já próximo à desencarnação de Kardec. Consideramos o item 67 de vital importância para entendimento do assunto que nos propomos estudar.

Na tradução de Victor Tollendal Pacheco, o item 67 é o item 68 da tradução de Carlos de Brito Imbassahy.

Livros consultados:
A Gênese - Allan Kardec
Bíblia Sagrada - Tradução das línguas originais por João Ferreira de Almeida.

Consulta a Era do Espirito