domingo, 18 de novembro de 2012

EAE _ Aula: 45 - RESSURREIÇÃO


AULA 45 – EAE - RESSURREIÇÃO

Objetivo da aula: Valorizar o sentimento de amor humildade de Jesus pelo seu exemplo. Sacrifício e desprendimento. Mostrar o testemunho de Jesus para alcançar o objetivo de gravar definitivamente em nossos corações que a caminhada até o progresso é dura e sangrenta, mas que ao fim alegria da conquista supera qualquer ferida, a vitória da vida sobre a morte.
Ressurreição - significa ato ou efeito de ressurgir, ressuscitar; regresso da morte à vida; ato de reaparecer depois de haver morrido.
Reencarnar - significa a volta do Espírito em um novo corpo físico, sem qualquer espécie de ligação com o antigo

A tão falada ressurreição dos mortos não é mais do que a vulgarização da comunicabilidade dos espíritos pela mediunidade, como ocorre nos dias de hoje, quando os Espíritos se comunicam por todo mundo, e a Doutrina espírita está para tudo explicar. A palavra ressuscitar é fazer voltar à vida.
Qual o papel da ciência ante o dogma da ressurreição?
O papel da ciência é o de demonstrar a impossibilidade material de um mesmo corpo ser reaproveitado para nova ligação com o mesmo ou outro espírito.
Em realidade, a ressurreição é do espírito e não da carne e esse fato vem sendo comprovado

Como devemos encarar a ressurreição na visão espírita?
A ressurreição deve ser encarada como a do espírito, posto que é ele, espírito, quem sobrevive e quem pode agir novamente na carne. Assim, devemos encará-la como reencarnação
O JULGAMENTO DIANTE DE PILATOS - Pilatos temia um tumulto ou um motim. Ele não ousaria arriscar-se a ter uma tal perturbação durante a época da Páscoa em Jerusalém. Recentemente ele havia recebido uma reprimenda de César, e não se arriscaria a receber outra.
POUCO ANTES DA CRUCIFICAÇÃO - Quando Jesus e os seus acusadores partiram para ver Herodes, o Mestre voltou-se para o apóstolo João e disse: “João, podes fazer mais por mim. Vai até a minha mãe e traze-a para ver-me, antes que eu morra”. Quando João ouviu o pedido do seu Mestre, embora ficasse relutante em deixá-lo a sós com os seus inimigos, apressou-se a ir à Betânia, onde toda a família de Jesus estava reunida, à espera, na casa de Marta e Maria, as irmãs de Lázaro a quem Jesus ressuscitou dos mortos.
O FIM DE JUDAS ISCARIOTES - Ao deixar a sala do sinédrio, ele retirou as trinta moedas de prata da bolsa e jogou-as, espalhando-as pelo assoalho do templo. Quando o traidor deixou o templo, ele encontrava-se quase fora de si. Judas estava agora passando pela experiência da compreensão da verdadeira natureza do pecado. Todo o encanto, o fascínio e a embriaguez da má ação tinham-se esvaído. Agora o pecador encontrava-se só e frente a frente com o veredicto do julgamento da sua alma desiludida e desapontada. O pecado era fascinante e aventuroso ao ser cometido, mas agora a colheita dos fatos nus e pouco românticos devia ser enfrentada.
Este que fora um embaixador do Reino do céu na Terra, caminhava agora pelas ruas de Jerusalém, abandonado e só. O seu desespero era irremediável e quase absoluto. E ele continuou pela cidade e para fora dos seus muros, até a solidão terrível do vale do Hinom, onde subiu pelas rochas escarpadas e, tirando o cinturão do seu manto, atou uma das extremidades a uma árvore pequena, e a outra em volta do próprio pescoço e jogou-se no precipício. Antes de morrer, o nó feito pelas suas mãos nervosas desatou-se, e o corpo do traidor arremeteu-se, fazendo-se em pedaços quando caiu sobre as rochas pontiagudas embaixo.
A PREPARAÇÃO PARA A CRUCIFICAÇÃO: Depois que Pilatos lavou as suas mãos diante da multidão, buscando assim escapar da culpa por mandar um homem inocente para ser crucificado, só porque ele temia resistir ao clamor dos dirigentes judeus, ele mandou que o Mestre fosse entregue aos soldados romanos e deu instruções ao capitão deles para que o crucificasse imediatamente. Ao tomarem Jesus ao seu encargo, os soldados conduziram-no de volta ao pátio do pretório e, depois de remover o manto que Herodes tinha colocado sobre ele, eles vestiram-no com as suas próprias roupas. Esses soldados zombaram e escarneceram dele, mas não mais lhe infligiram nenhuma punição física. Jesus agora estava só com esses soldados romanos. Os seus amigos permaneciam escondidos; os seus inimigos tinham seguido o próprio caminho; até mesmo João Zebedeu não se encontrava mais a seu lado.
A CAMINHO DO GÓLGOTA: Antes de deixar o pátio do pretório, os soldados colocaram a viga nos ombros de Jesus. Era costume obrigar o homem condenado a carregar a viga horizontal da cruz até o local da crucificação. Um homem condenado não carregava a cruz inteira, apenas essa travessa menor. As peças mais longas e verticais de madeira para as três cruzes tinham já sido transportadas para o Gólgota e, quando da chegada dos soldados e dos seus prisioneiros, achavam-se já firmemente fincadas no chão.
A CRUCIFICAÇÃO: Os soldados primeiro amarraram os braços do Mestre com cordas à viga da cruz, e então eles pregaram-no, pelas mãos, à madeira. Depois de içarem essa viga até o poste, e depois de terem-na pregado com segurança na viga vertical da cruz, eles ataram e pregaram os seus pés na madeira, usando um grande cravo para penetrar ambos os pés. O braço vertical tinha um grande apoio, colocado na altura apropriada, que servia como uma espécie de selim para suportar o peso do corpo. A cruz não era alta, e os pés do Mestre ficaram a apenas um metro do solo. Ele estava possibilitado de ouvir, portanto, tudo o que era dito em menosprezo a ele, e podia ver claramente a expressão nos rostos de todos aqueles que tão impensadamente zombavam dele. E também todos os presentes puderam ouvir facilmente, e na íntegra, o que Jesus disse durante essas horas de prolongada tortura e de morte lenta.
APÓS A CRUCIFICAÇÃO: Em meio à escuridão da tempestade de areia, por volta de três e meia da tarde, Davi Zebedeu enviou o último dos mensageiros levando a notícia da morte do Mestre. O último dos seus corredores, ele o despachou para a casa de Marta e Maria, na Betânia, onde ele supunha que a mãe de Jesus estivesse hospedada com o resto da sua família.
Após a morte do Mestre, João mandou as mulheres, a cargo de Judá, para a casa de Elias Marcos, onde passaram o dia de sábado. O próprio João, que a essa altura era bem conhecido do centurião romano, permaneceu no Gólgota, até que José e Nicodemos chegassem à cena com uma ordem de Pilatos autorizando-os a tomar posse do corpo de Jesus.
Assim terminou um dia de tragédia e de sofrimento para um vasto universo, cujas miríades de inteligências haviam-se estremecido com o espetáculo chocante da crucificação do seu amado Soberano, em sua encarnação humana; elas estavam aturdidas com essa exibição de insensibilidade mortal e de perversidade humana
O PERÍODO DENTRO DA TUMBA: Nesse meio tempo, José de Arimatéia, acompanhado por Nicodemos, foi até Pilatos para pedir que o corpo de Jesus lhes fosse entregue para um sepultamento adequado. Não era incomum que os amigos das pessoas crucificadas oferecessem subornos às autoridades romanas, para conseguirem o privilégio de ter a posse de tais corpos. José foi diante de Pilatos levando uma grande quantia em dinheiro, caso viesse a ser necessário pagar pela permissão de transladar o corpo de Jesus a um sepulcro privativo. Pilatos, contudo, não quis aceitar dinheiro para isso. Quando ouviu o pedido, ele rapidamente assinou a ordem que autorizava José a ir ao Gólgota e imediatamente tomar posse plena e completa do corpo do Mestre. Nesse meio tempo, com a tempestade de areia consideravelmente diminuída, um grupo de judeus, representando o sinédrio, tinha ido até o Gólgota a fim de certificar-se de que o corpo de Jesus, junto com o dos ladrões, havia sido lançado aos fossos públicos abertos.
A DESCOBERTA DA TUMBA VAZIA: Tendo em vista que nos aproximávamos da hora da ressurreição de Jesus, deve ser relembrado que os dez apóstolos estavam hospedados na casa de Elias e Maria Marcos, onde estavam dormindo, descansando nos mesmos leitos em que se reclinaram no período da Última Ceia com o seu Mestre. Nesse domingo, pela manhã, eles estavam todos reunidos lá, exceto Tomé. Tendo estado com eles por uns poucos minutos, quando se reuniram no sábado até tarde da noite, era demais para Tomé ver os apóstolos e, mais ainda, suportar o pensamento do que tinha acontecido a Jesus. Ele deu uma olhada nos seus companheiros e imediatamente deixou a sala, indo para a casa de Simão, em Betfagé, onde contava poder afundar-se no abismo da sua tristeza a sós. Todos os apóstolos sofriam, nem tanto pela dúvida e desespero quanto pelo temor, a pena e a vergonha.
Na casa de Nicodemos reuniram-se, com Davi Zebedeu e José de Arimatéia, entre doze e quinze dos discípulos de Jesus, dos mais proeminentes de Jerusalém. Na casa de José de Arimatéia estavam entre quinze e vinte das principais mulheres crentes. E essas mulheres encontravam-se na casa de José, sozinhas, e, como elas tinham estado juntas durante as horas do dia de sábado e na noite seguinte, elas permaneciam sem saber da guarda militar de vigia no sepulcro; e tampouco sabiam que uma segunda pedra tinha sido rolada na frente da tumba; nem que ambas as pedras tinham sido colocadas sob o selo de Pilatos.
Um pouco antes das três horas nesse domingo de manhã, quando os primeiros sinais do dia começaram a surgir no lado leste, cinco daquelas mulheres partiram para a tumba de Jesus. Elas tinham preparado uma boa quantidade de loções balsâmicas especiais, e levavam consigo muitas bandagens de linho. O seu propósito era preparar melhor o corpo de Jesus, com os ungüentos fúnebres, envolvendo-o cuidadosamente com novas bandagens.
Eram cerca de três e meia quando as cinco mulheres, carregadas com os seus ungüentos, chegaram diante da tumba vazia. Enquanto passavam pelo portão de Damasco, elas encontraram inúmeros soldados correndo para a cidade, relativamente tomados de pânico, e isso as levou a parar por uns poucos minutos; mas, vendo que nada mais acontecia, retomaram a sua caminhada.
E ficaram muito surpresas ao ver a pedra rolada para fora da entrada do sepulcro pois até, enquanto estavam vindo, entre si, disseram: “Quem nos ajudará a rolar a pedra?” Então elas puseram a sua carga no chão e começaram a olhar, umas para as outras, temerosas e em grande espanto. Enquanto estavam ali de pé, atônitas, tremendo de medo, Maria Madalena aventurou-se a contornar a pedra menor e ousou entrar no sepulcro aberto. Essa tumba de José ficava no seu jardim, nas colinas, do lado leste da estrada, e também dava face para o lado leste. A essa hora, apenas a luz da madrugada de um novo dia permitia a Maria ver o local onde o corpo do Mestre tinha sido colocado e discernir que ele não mais estava ali. No recesso da pedra, onde haviam deitado Jesus, Maria viu apenas o pano dobrado, em que a sua cabeça esteve repousando e as bandagens, com as quais tinha sido envolto, intactas e dispostas sobre a pedra, tal qual estiveram antes de as hostes celestes terem levado o corpo. O lençol que o cobria encontrava-se aos pés do nicho fúnebre.
Depois de permanecer na entrada da tumba por uns poucos momentos (ela não havia visto nada claramente, tão logo entrara na tumba), Maria viu que o corpo de Jesus não se encontrava lá e que no seu lugar estavam apenas alguns tecidos fúnebres, e ela soltou um grito de alarme e angústia. Todas a mulheres ficaram extremamente nervosas; tinham estado nos seus limites de tensão desde que encontraram os soldados em pânico na entrada da cidade e, quando Maria soltou o grito de angústia, elas ficaram aterrorizadas e saíram dali mais do que depressa. E não pararam até que tivessem corrido por todo o caminho, até o portão de Damasco. Nesse momento Joana deu por si, de que elas tinham abandonado Maria; e reuniu as suas companheiras e voltaram ao sepulcro.
Enquanto essas mulheres estavam sentadas ali durante aqueles momentos da madrugada desse novo dia, elas viram a um canto um vulto estranho, calado e imóvel. Por um momento ficaram de novo amedrontadas, mas Maria Madalena, correndo até lá e dirigindo-se a ele como se fosse o jardineiro, disse: “Para onde tu levaste o Mestre? Onde o puseram? Dize-nos para que possamos ir lá buscá-lo”. Quando o estranho não respondeu a Maria, ela começou a chorar. Então Jesus falou a elas, dizendo: “A quem procurais?” Maria disse: “Procuramos por Jesus, que foi colocado para descansar na tumba de José, mas ele se foi. Sabes para onde o levaram?” Então Jesus disse: “E esse Jesus não vos disse, na Galiléia mesmo, que ele morreria, mas que ele se levantaria novamente?” Essas palavras assombraram as mulheres, mas o Mestre estava tão mudado que elas ainda não o reconheciam, de costas que estava para a escassa luz. E enquanto elas pesavam as suas palavras, ele dirigiu-se a Madalena com uma voz familiar, dizendo: “Maria”. E quando então ouviu essa palavra, dita com uma compaixão tão bem conhecida e em saudação afetuosa, ela soube que era a voz do Mestre, e correu para ajoelhar-se aos seus pés, ao mesmo tempo em que exclamava: “Meu Senhor, e meu Mestre!” E todas as outras mulheres reconheceram que era o Mestre que estava diante delas na forma glorificada, e elas depressa se ajoelharam diante dele.
Quando Maria tentou abraçar os seus pés, Jesus disse: “Não me toques, Maria, pois eu não sou mais como tu me conheceste na carne. Nesta forma eu permanecerei convosco, por uma temporada, antes de ascender ao Pai. Mas agora ide, todas vós, e dizei aos meus apóstolos – e a Pedro – que eu ressuscitei, e que vós já falastes comigo”.
Após recuperarem-se do choque de um tal assombro, essas mulheres apressaram-se de volta à cidade e para a casa de Elias Marcos, onde contaram aos dez apóstolos tudo o que lhes tinha acontecido; mas os apóstolos não estavam inclinados a acreditar nelas. A princípio pensaram que as mulheres tinham tido uma visão, mas quando Maria Madalena repetiu as palavras com as quais Jesus tinha dirigido-se a elas, e quando Pedro ouviu o seu nome ser pronunciado, ele correu para fora da sala de cima, seguido por João, em grande pressa para chegar ao sepulcro e ver essas coisas por si próprio.
As mulheres repetiram a história daquela conversa com Jesus para os outros apóstolos, mas eles não acreditariam; e eles não iriam ver por si próprios, como o tinham feito Pedro e João.
PEDRO E JOÃO NA TUMBA: Enquanto os dois apóstolos corriam para o Gólgota até a tumba de José, os pensamentos de Pedro alternavam-se entre o medo e a esperança; ele temia encontrar o Mestre, mas a sua esperança era estimulada pela história de que Jesus tinha mandado uma palavra especial para ele. E ele achava-se quase persuadido de que Jesus estava realmente vivo; relembrou-se da sua promessa de que iria ressuscitar no terceiro dia. Por mais estranho que possa parecer, essa promessa não havia sido lembrada por Pedro, desde a crucificação até este momento, em que ele corria para o norte, atravessando Jerusalém. À medida que João apressadamente saía da cidade, um estranho êxtase feito de júbilo e de esperança inundava a sua alma. Ele estava quase convencido de que aquelas mulheres realmente viram o Mestre ressuscitado.
João, sendo mais jovem do que Pedro, ultrapassou-o e chegou primeiro à tumba. João permaneceu junto à entrada, olhando para dentro da tumba, que estava exatamente como Maria a havia descrito. Logo Simão Pedro chegou correndo e, entrando, viu a mesma tumba vazia com as mortalhas arrumadas de um modo peculiar. Quando Pedro saiu, João entrou e igualmente viu tudo por si próprio, e então eles sentaram-se na pedra para refletir sobre o que significava tudo o que eles haviam visto e ouvido. E enquanto estavam sentados lá, reviraram nas suas mentes por completo o que tinha sido dito a eles sobre Jesus, mas não conseguiam perceber claramente o que havia acontecido.
Pedro inicialmente sugeriu que a tumba tinha sido saqueada, que inimigos haviam roubado o corpo, talvez tivessem subornado os guardas. Mas João ponderou que a tumba não teria sido deixada tão arrumada se o corpo tivesse sido roubado, e também levantou a questão de como as bandagens foram deixadas para trás, e tão intactas aparentemente. E de novo ambos voltaram à tumba para examinar mais de perto as mortalhas. Quando saíam da tumba pela segunda vez, eles encontraram Maria Madalena que retornara e chorava diante da entrada. Maria tinha ido até os apóstolos acreditando que Jesus tinha levantado-se da cova, mas quando todos eles recusaram-se a acreditar no que ela contou, ficou deprimida e em desespero. Queria voltar para junto da tumba, onde ela pensou ter ouvido a voz familiar de Jesus.
Enquanto Maria permanecia ali, depois de Pedro e João terem ido embora, de novo o Mestre apareceu para ela, dizendo: “Não fiques em dúvida; tem a coragem de crer no que viste e ouviste. Volta aos meus apóstolos e de novo dize a eles que eu ressuscitei,que eu aparecerei para eles e que logo irei ter com eles na Galiléia como prometi”.
Maria apressou-se a voltar à casa de Marcos e disse aos apóstolos que novamente havia ela conversado com Jesus, mas eles não acreditariam nela. E quando Pedro e João voltaram, eles pararam de ridicularizá-la e ficaram cheios de temor e de apreensão.
O Redentor - PARA O CALVÁRIO
E o excelso condenado ia assim de um para outro dos seus algozes em silêncio, seminu, sofrendo tudo sem protestos. Porventura não estava também predito por Isaías 53:7: "Ele foi oprimido, porém não abriu a sua boca; como um cordeiro foi levado ao matadouro e como a ovelha muda perante seus tosquiadores, assim não abriu a sua boca".
Mas enquanto estes fatos aconteciam, correra a notícia da condenação do rabi e muitos rabis fariseus se reuniram e foram, agrupados, ao Templo, protestar contra o fato e pedir a libertação do preso.

De espaço a espaço, Jesus caia sob o peso da cruz e o chicote, então, silvava e continuava a bater até que Ele, com imenso esforço, se levantava de novo.
Na última vez que caiu não mais se levantou e foram inúteis os acoites e a gritaria dos soldados; estava exausto. Alguns homens do povo, apiedados, tinham querido ajudar, mas os guardas os repeliram com violência, pensando que queriam tomar o preso.
Mas, desta vez, um homem que ia cruzando o caminho - Simão de Cirene, amigo de Nicodemo, filiado essênio, que foi mais tarde membro da comunidade judaica-crista de Jerusalém, surpreendido com o que via, (pois ignorava o quanto se havia passado naquela noite), atravessou resoluto a fila dos guardas e sustentou a cruz nas mãos até que Jesus se refizesse; mas os guardas, irritados com as contínuas paradas e tendo recebido ordens prévias de agirem com rapidez, para não se imiscuírem os romanos na festa nacional, jogaram a cruz nas costas de Simão e foram tangendo a ambos, sob açoite, até o alto do Gólgota — a Praça das Caveiras — colina não muito distante dali e onde se crucificavam os condenados.
Muitos dos acompanhantes não subiram o morro, por causa das impurezas e dos esqueletos que ali havia amontoados, mas os interessados o fizeram e defrontaram com várias cruzes erguidas, algumas com condenados ainda vivos, gemendo, pregados nelas.
Havia duas quase juntas, onde estavam dois condenados do bando de Barrabás e para ali os guardas seguiram, atropelando os presos. Atingindo o ponto, parou o cortejo; os soldados tomaram a cruz dos ombros de Simão, deitaram-na no chão imundo e trouxeram Jesus; despiram-No, deitaram-No sobre ela e a horrenda tortura começou, com o martelo a bater, cravando os pregos nas mãos e nos pés, sob as vistas indiferentes dos soldados da escolta, em pé, olhando... O corpo torturado estremecia de dor e a angústia da morte Lhe embranqueceu o rosto, mas os lábios estavam cerrados e da boca não saiu nenhuma queixa, o sangue escorria das feridas dos pregos, enquanto os soldados, brutalmente, aos trancos, levantavam o madeiro, colocando a ponta inferior sobre o buraco do chão.

Quem subira ao morro já se retirara desanimado, perdidas as últimas esperanças de um milagre fulminante do céu, que salvasse o rabi. Junto à cruz somente permanecia a guarda e, mais afastado, um grupo de mulheres que chorava em silêncio.

Perdoa-lhes,Pai; não sabem o que fazem." Lc_23:34".


Capítulo 44 - NOS DIAS DA RESURREIÇÃO

Ele tinha dito que, ao terceiro dia, ressuscitaria; e ressuscitou.
Enquanto agonizava na cruz, Arimatéia e Nicodemo providenciavam o sepultamento condigno do seu corpo. O primeiro, como fornecedor das tropas romanas e homem rico, tinha boas relações no Procuratorium. Foi a Pilatos e solicitou o corpo, que lhe foi prontamente concedido.
À undécima hora, acompanhado de Nicodemo, dois discípulos deste, Simão de Cirene e dois essênios amigos, foram ao Golgota.

No dia seguinte, bem cedo, Caifás, temendo que os discípulos roubassem o corpo para simular que o rabi havia realmente ressuscitado, como prometera, pediu ao Procuratorium uma guarda de soldados romanos e a colocou à porta do túmulo e funcionários do Templo selaram a porta com o selo do sumo-sacerdote.

No dia seguinte, domingo pela manhã, quando a Mãe de Jesus e outras mulheres foram visitar o túmulo, deram com ele aberto e, olhando para dentro, somente viram o lençol estendido sobre a laje de pedra; e então Maria de Magdala, desorientada, afastou-se do grupo e deu com o Rabi que caminhava para ela; e querendo atirar-se a seus pés, ouviu que lhe dizia: "não me toques" e, logo em seguida: "ainda não subi para meu Pai. Diz a todos que vão para Galiléia e que lá estarei com eles". Com isso ficou provada sua ressurreição.
Ainda na capital, Jesus apareceu materializado a dois discípulos (dos 72 que consagrou em Jericó) e que iam para Emaús; bem como, por duas vezes, a vários dos doze, reunidos em uma casa, para tomar decisões, na segunda das quais, estando presente Tomé, que não acreditara no que lhe disseram os outros, fê-lo tocar com a mão em seus ferimentos, para provar-lhe que ressuscitara.
Então partiram todos para a Galiléia, onde o Mestre continuou a mostrar-se a eles por muitos dias, realizando a segunda "pesca maravilhosa", reafirmando a designação de Pedro para a chefia do grupo e, como se aproximava o Pentecostes45 ordenou-lhes que voltassem à capital, onde se daria a descida do espírito sobre eles.
E ali estando todos ao quadragésimo dia de sua ressurreição, corporificou-se, sentou-se à mesa com eles e fez-lhes suas despedidas finais, determinando a Pedro que apascentasse Seu rebanho. Em seguida, levou-os ao Jardim do Getsêmani, lugar onde tanto sofrera na noite da prisão e deu-lhes novas instruções, recomendando que se espalhassem pelo mundo difundindo seus ensinamentos, e prometendo que jamais os abandonaria; em seguida, levitou-se para o céu, aos olhos deles e aos poucos desapareceu. E como os discípulos, assombrados, permanecessem olhando para cima, desceram até eles, bem visíveis, dois anjos, dizendo: "varões galileus, por que permaneceis assim, mirando os céus? Este Jesus que vistes agora subir para Deus, volverá novamente para vós e permanecerá convosco para sempre".


Capítulo 45

Os materialistas negam que Jesus haja morrido na cruz, por várias razões, dentre outras:
a) Porque a morte na cruz só se dava três a quatro dias após a crucificação, quando Jesus ali permaneceu somente três horas.
b) Porque, após o sepultamento, seu corpo desapareceu, mas foi visto depois por vários discípulos, tomando até refeições com eles, tanto em Jerusalém como na Galiléia. Mas o Espiritismo explica o fenómeno das materializações, e também que Jesus não era um homem comum, vivendo em um corpo comum, e que as coisas com Ele sucederam como convinha que fossem, e não segundo as regras do mundo.
c) Segundo alguns, Jesus foi retirado do sepulcro pêlos essênios, que sempre o apoiaram, para que o povo pensasse que de fato ressuscitou e, desta forma, a doutrina que pregara vencesse no mundo, como era necessário, o que também mostramos como não é verdade. Essa doutrina foi em grande parte deturpada por seus próprios seguidores; mais tarde, no Concilio de Nicéa, oficializada, transformada em força política para servir de apoio ao Império Romano decadente, com a organização de uma clerezia muito semelhante àquela que o próprio Jesus combatera no seu tempo.
Por isso, veio há pouco mais de um século, a terceira revelação, a Doutrina dos Espíritos, destinada a reviver no mundo, na sua pureza original, os ensinamentos redentores que Ele transmitiu.
Como naquela época e, igualmente como sucede com o Espiritismo, Jesus não permanece nos templos de pedra, oferecendo cultos suntuosos e frios, mas nas ruas, nos lares e em recantos humildes e pobres, onde o Evangelho é testemunhado com renúncia e sacrifício.
Por último queremos também considerar que nos derradeiros tempos de sua pregação, no seu julgamento e na morte, pelas razões já expostas, apagada e ausente, porém mais tarde exuberante de devotamento e de desprendimento, foi a ação da maior parte dos discípulos; porém avultou a ação dos essènios, representada por Arimatéia e outros, dos quais mui ligeiras alusões se faz nos Evangelhos.
No julgamento perante o Sinédrio, as únicas vozes que se levantaram em defesa do Divino Mestre foram estas, na pessoa de Nicodemo e se seu corpo não permaneceu na cruz, como o de qualquer outro, a eles também se deve isto.
Os apóstolos foram todos santificados, com justiça, aliás, pêlos pósteros, porém estes, os essênios nem o foram pela simples lembrança.


Ressurreição de todos
José Reis Chaves
A palavra reencarnação (renascimento, ressurreição) é em Grego “paliggenesia”, em Português palingenesia ou paligênese. Deriva-se de duas palavras gregas: “palin”, de novo, e “gênesis”, nascimento. Significa a ação de renascer, ressurgir, surgir de novo. O Concílio Ecumênico de Constantinopla (553) condenou a doutrina de Orígenes da preexistência da alma, com relação à fecundação do corpo. Sem essa preexistência, não pode haver reencarnação. Mas não ficou esclarecido se a condenação é para toda a espécie de preexistência ou só para a que afirmava que as almas pecaram no céu, e que, por isso, teriam sido mandadas para a Terra por castigo de Deus (nosso livro: “A Reencarnação Segundo a Bíblia e a Ciência” (Ed.Martin Claret).
Jesus foi ressuscitado por Deus (At 5,30), que nos ressuscitará a todos, também. A ressurreição não é, pois, um privilégio só para Jesus. E ela é do espírito e perispírito, inclusive a de Jesus. “...morto, sim, na carne, mas ressuscitado no espírito” (1 Pedro 3,18, e 1 Co 15,44). ”. E o espírito tanto ressuscita no mundo espiritual, como na carne (reencarnação), até que ressuscite em definitivo no mundo espiritual, de outras dimensões.“Ao vencedor, fá-lo-ei coluna no santuário do meu Deus, e daí jamais sairá...”(Ap.3,12). E é isso o que querem dizer os teólogos cristãos, quando afirmam que Jesus nos precedeu! As aparições Dele são materializações, de que há vários outros exemplos bíblicos. Os anjos, além de se materializarem em episódios bíblicos, a exemplo de Jesus, até comiam também (Gn 19,3). E vemos esses fenômenos de materializações em todas as culturas, comprovados por grande número de cientistas renomados.
A confusão com a ressurreição do corpo físico ou da carne veio da corporeidade ou corporalidade da alma aceita por muitos padres da Igreja Antiga: São Basílio, São Gregório Nazianzeno, São Cirilo de Alexandria, Bernardo, Stº Ambrósio, Evódio (bispo de Uzala), João de Tessalônica, Tertuliano etc. (Abrahm, liv. 2, parágrafo 58, Edição Beneditina, 1686, citação de vários autores, entre eles Leon Denis, “Cristianismo e Espiritismo”, págs. 312). Mas a corporalidade da alma, aceita hoje também pela Igreja, nada mais é do que o perispírito da Doutrina Espírita, o qual é constituído de matéria muito sutil. O perispírito acompanha o espírito. E é por meio do perispírito que o espírito se manifesta. E tem ele vários nomes nas diversas culturas: Ochema, eidolon, somod, ferouer, lúcido, etéreo, aura, corpo sidéreo, ka, aromático, corpo astral, corpo bioplasmático (russo) ,“Corpo Espiritual” (de São Paulo) e “Perispírito” (de Kardec). “Se a alma não tivesse corpo, a imagem dela não teria a imagem de corpos” (Tertuliano). O perispírito (corporalidade) foi pesquisado pelos cientistas, que se tornaram espíritas: William Crokes, descobridor dos Raios Catódicos, da energia radiante, e isolador do tálio, “Pesquisas sobre os Fenômenos Espíritas”; Russell Wallace, “O Moderno Espiritualismo”; Aksakof, “Animismo e Espiritismo”; Charles Richet, Prêmio Nobel de Medicina; Gustave Geley etc. Já as ressurreições bíblicas, na verdade, foram de epilépticos. Por isso Jesus dizia sobre as pessoas que ressuscitava, aparentemente mortas, que elas dormiam. Mais tarde, é óbvio, é que elas morreram de fato. E a subida de Elias vivo em um veículo espacial confundiu também muito os teólogos sobre a ressurreição. Eles concluiram que ele foi de alma e corpo para o mundo espiritual. Mas ele ficou ainda na Terra, pois Jeorão, depois, recebeu dele uma carta (2 Crônicas 21, 12).
Se ressurreição (palingenesia) é a ação de retorno nosso à vida, essa ação de retornar só pode ser feita pelo sujeito, o espírito vivo, jamais pelo corpo morto, que é pó. “A carne para nada aproveita!” (Jo 6,63).





Bibliografia: O Redentor - Cap. 43 a 45 - Edgard Armond - Ed. Aliança
A Gênese - Cap. 15 : 54 a 67 - Allan Kardec - FEB
Boa Nova - Cap. 28 a 30 - Humberto de Campos / Chico Xavier - FEB
O Nazareno - Scholem Asch - Ed. Nacional
O Sublime Peregrino - Cap. 31 - Ramatis / Hercílio Maes - Ed. Freitas Bastos
Harpas Eternas – Cap. 9 - Hilarion de Monte Nebo - Ed. Kier ( Buenos Aires )
Há 2000 Anos - Cap. 9 - Emmanuel / Chico Xavier - FEB
Primícias do Reino - Amélia Rodrigues / Divaldo P. Franco


Fazer comentário sobre a emoção e o sentimento envolvido quando estamos próximos a Espiritualidade Maior, ou de uma experiência importante e edificadora. Identificar a emoção do renascimento de Jesus com o exame espiritual.











EAE - Aula: 5


Os Cinco Livros (Pentateuco) resumem de forma épica a história do povo hebreu e, consequentemente, a origem do Cristianismo:
Gênesis: A Gênesis trata da origem da Criação e do próprio mundo terreno. Nele, há uma narrativa simbólica onde todas as fases do aparecimento do Universo e do planeta Terra são descritas com relativa precisão. No estudo da Codificação Espírita, voltaremos a nos ocupar desse assunto, examinando o livro preparado por Allan Kardec, também denominado "A Gênese", que trata o tema em profundidade.
Êxodo: O livro Êxodo conta os principais episódios ligados à libertação do povo hebreu, escravo no antigo Egito durante cerca de quatrocentos anos. Esta liberdade teria sido conseguida através do trabalho missionário de Moisés, narrado em detalhes pela história bíblica.
Levítico: O Levítico é o livro que contém as instruções que eram destinadas à orientação dos cultos entre os seguidores do Legislador hebreu e a Divindade. Orientava as obrigações e rituais religiosos da época.
Números: O livro Números apresenta parte da história da movimentação dos hebreus no deserto em direção à Canaã, a terra prometida. Nele, existe ainda a realização de um censo, feito com a finalidade de se saber quantas pessoas empreenderam a histórica viagem, depois que Moisés as libertou do Egito.
Deuteronômio: O Deuteronômio apresenta um código de leis promulgadas por Moisés, destinadas a reorganizar a vida social do seu povo. É neste livro que se encontra a proibição dos contatos mediúnicos com os "mortos". A lei mosaica proibia essas atividades, porque as evocações fúteis, comuns entre os egípcios, também eram praticadas pelos hebreus de forma fanática e irresponsável. A prática tinha se vulgarizado e se tornado em motivo de graves problemas entre eles. A proibição foi uma medida disciplinar do legislador.
Bibliografia:
Introdução Bíblica – Norman Geisler e William Nix – Editora Vida, 1997